terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Arte da Prece - Uma Antologia Ortodoxa. (Capítulo II)





CHAPTER II



WHAT IS PRAYER?



by Theophan the Recluse

(i) THE TEST OF EVERYTHING



Ultimate questions (p.51)

What is prayer? What is its essence? How can we learn to pray? What does the spirit of the Christian experience as he prays in humility of heart?

All such questions should constantly occupy the mind and heart of the believer, for in prayer man converses with God, he enters, through grace, into communion with Him, and lives in God. And the Holy Fathers and teachers of the Church give answers to all these questions, based on the grace-given enlighten¬ment which is acquired through the experience of practising prayer—experience equally accessible to the simple and to the wise.



CAPÍTULO II



O QUE É A ORAÇÃO?



Por Theophan, o Recluso



(i) O TESTE DE TODAS AS COISAS.





Questões irrevogáveis. (p.51)

O que é a oração? Qual é sua essência? Como nós podemos aprender a orar? O que o espírito do Cristão experimenta quando ele ora com humildade de coração?

Todas estas questões deveriam constantemente ocupar a mente e o coração do crente, pois na oração o homem conversa com Deus, ele entra, através da graça, em comunhão com Ele, e vive em Deus. E os Santos Padres e professores da Igreja dão respostas a todas estas questões, fundamentados na iluminação da graça-recebida que é adquirida através da experiência da prática da oração – experiência igualmente acessível ao simples e ao sábio.





The test of everything. (p.51)

Prayer is the test of everything; prayer is also the source of everything; prayer is the driving force of everything; prayer is also the director of everything. If prayer is right, everything is right. For prayer will not allow anything to go wrong.



O teste de todas as coisas.

A oração é o teste de todas as coisas; oração é também a fonte de todas as coisas; a oração é a força motriz de tudo; a oração é também o diretor de tudo. Se a oração está correta, tudo está correto. Pois a oração não permitirá que qualquer coisa siga errada.



 
Degrees of prayer (p.52)

There are various degrees of prayer. The first degree is bodily prayer, consisting for the most part in reading, in standing, and in making prostrations. In all this there must needs be patience, labour, and sweat; for the attention runs away, the heart feels nothing and has no desire to pray. Yet in spite of this, give yourself a moderate rule and keep to it. Such is active prayer.

The second degree is prayer with attention: the mind becomes accustomed to collecting itself in the hour of prayer, and prays consciously throughout, without distraction. The mind is focused upon the written words to the point of speaking them as if they were its own.

The third degree is prayer of feeling: the heart is warmed by concentration so that what hitherto has only been thought now becomes feeling. Where first it was a contrite phrase now it is contrition itself; and what was once a petition in words is transformed into a sensation of entire necessity. Whoever has passed through action and thought to true feeling, will pray without words, for God is God of the heart. So that the end of apprenticeship in prayer can be said to come when in our prayer we move only from feeling to feeling. In this state reading may cease, as well as deliberate thought; let there be only a dwelling in feeling with specific marks of prayer.

When the feeling of prayer reaches the point where it becomes continuous, then spiritual prayer may be said to begin. This is the gift of the Holy Spirit praying for us, the last degree of prayer which our minds can grasp.

But there is, they say, yet another kind of prayer which cannot be comprehended by our mind, and which goes beyond the limits of consciousness: on this read St. Isaac the Syrian.



Graus da oração.

Existem vários graus da oração. O primeiro grau é a oração corporal, que consiste em sua maior parte de leituras, em permanecer de pé, e em fazer prostrações. Em tudo isto deve haver a necessidade de paciência, trabalho, e suor; pois a atenção foge, o coração não sente nada e não tem desejo de orar. No entanto, apesar disto, dê a si mesmo uma regra moderada e mantenha-se nela. Tal é a oração ativa.

O segundo grau é oração com atenção: a mente torna-se acostumada a recolher ela mesma na hora da oração, e ora conscientemente por toda parte, sem distração. A mente está focada sobre as palavras escritas ao ponto de falá-las como se elas fossem suas próprias.

O terceiro grau é a oração do sentimento: o coração está aquecido pela concentração de modo que o que até aqui foi só pensamento agora torna-se sentimento. Onde anteriormente havia uma frase contrita agora é a própria contrição; e o que era uma súplica em palavras é transformado em uma sensação de completa necessidade. Tudo aquilo que passou através da ação e do pensamento ao verdadeiro sentimento, orará sem palavras, pois Deus é Deus do coração. De modo que o fim do aprendizado na oração pode ser dito que chega quando em nossa oração nós nos movemos somente de sentimento a sentimento. Neste estado a leitura pode cessar, tanto quanto o pensamento deliberado; permita haver somente uma morada no sentimento com específicas marcas de oração.

Quando o sentimento da oração chega ao ponto onde ele se torna contínuo, então a oração espiritual pode ser dita como iniciada. Este é o presente do Espírito Sagrado orando por nós, o último grau da oração cuja a mente pode apreender.

Mas há, eles dizem, ainda uma outra espécie de oração que não pode ser compreendida pela nossa mente, e que vai além dos limites da consciência: sobre isto leia S. Isaac, o Sírio.







The essence of prayer (p.53)

Without inner spiritual prayer there is no prayer at all, for this alone is real prayer, pleasing to God. It is the soul within the words of prayer that matters, whether the prayer is at home or in church, and if inner prayer is absent, then the words have only the appearance and not the reality of prayer.

What then is prayer? Prayer is the raising of the mind and heart to God in praise and thanksgiving to Him and in supplica¬tion for the good things that we need, both spiritual and physical. The essence of prayer is therefore the spiritual lifting of the heart towards God. The mind in the heart stands consciously before the face of God, filled with due reverence, and begins to pour itself out before Him. This is spiritual prayer, and all prayer should be of this nature. External prayer, whether at home or in church, is only prayer's verbal expression and shape; the essence or the soul of prayer is within a man's mind and heart. All our Church order of prayer, all prayers composed for home use, are filled with spiritual turning to God. Anyone who prays with even the least part of attention cannot avoid this spiritual turning to God, unless he is completely inattentive to what he is doing.



A essência da oração.

Sem a oração espiritual interior não há oração de fato, pois, sozinha, esta é a oração real, agradável a Deus. É a alma dentro das palavras o que importa, mesmo se a oração é feita em casa ou na igreja, e se a oração interior está ausente, então as palavras têm somente a aparência e não a realidade da oração.

O que é, então, a oração? Oração é a elevação da mente e do coração a Deus em louvor e gratidão a Ele e em súplica pelas boas coisas que necessitamos, tanto espirituais como físicas. A essência da oração é, portanto, a elevação espiritual do coração em direção a Deus. A mente no coração está conscientemente diante da face de Deus, preenchida com a devida reverência, e começa a derramar-se diante Dele. Isto é oração espiritual, e toda oração deveria ser dessa natureza. Oração externa, tanto em casa como na igreja, é somente a expressão verbal e formal da prece; a essência ou a alma da oração está dentro do coração e da mente de um homem. Toda nossa ordem de orações na Igreja, todas as preces compostas para utilização em casa, estão preenchidas com o direcionamento espiritual a Deus. Qualquer um que ora, mesmo com a mínima parcela de atenção, não pode evitar este direcionamento espiritual a Deus, a menos que ele esteja completamente desatento com aquilo que está fazendo.



Inner prayer is necessary for all

Nobody can dispense with inner prayer. We cannot live spiritually unless we raise ourselves in prayer to God. But the only way we can thus raise ourselves is through spiritual action: for God is spiritual. True, there is spiritual prayer linked with oral or exterior prayer, whether at home or in church, and there is also spiritual prayer, by itself, without any special outward form or bodily posture; but in both cases the essence of the thing is the same. Both forms are obligatory for the layman as well as the monk. The Saviour commanded us to enter into our closet and there pray to God the Father in secret. This closet, as interpreted by St. Dimitri of Rostov, means the heart. Conse¬quently, to obey our Lord's commandment, we must pray secretly to God with the mind in the heart. This commandment embraces all Christians. The Apostle Paul also gives this direction when he says, 'Praying always with all prayer and supplication in the Spirit' (Eph. vi. 18). He means spiritual prayer of the mind, and directs all Christians, without distinction, to pray thus. He also directs all Christians to 'Pray without ceasing' (i Thess. v. 17). But unceasing prayer is only possible by praying with the mind in the heart.

Rising in the morning, stand as firmly as possible before God in your heart, as you offer your morning prayers; and then go to the work apportioned to you by God, without withdrawing from Him in your feelings and consciousness. In this way you will do your work with the powers of your soul and body, but in your mind and heart you will remain with God.



A oração interior é necessária para todos.

Ninguém pode dispensar a oração interior. Nós não podemos viver espiritualmente a menos que elevemos nós mesmo em oração a Deus. Mas a única maneira que podemos elevar a nós mesmos é através da ação espiritual: pois Deus é espiritual. É verdade que existe oração espiritual articulada com a prece oral e exterior, estando em casa ou na igreja, e há também oração espiritual, por si mesma, sem qualquer forma exterior ou postura corporal; mas em ambos os casos a essência da coisa é a mesma. Ambas as formas são obrigatórias para o laico tanto quanto para o monge. O Salvador ordenou-nos a entrar em nosso quarto e ali orar a Deus, o Pai, em segredo. Este quarto, como interpretado por S. Dimitri de Rostov, significa o coração. Conseqüentemente, para obedecer ao mandamento de nosso Senhor, devemos orar secretamente a Deus com a mente no coração. Este mandamento abrange todos os Cristãos. O Apóstolo Paulo também dá esta orientação quando ele diz: “Com orações e súplicas de toda sorte, orai em todo tempo, no Espírito” (Ef. vi 18). Ele quer significar a oração espiritual da mente, e orienta a todos os Cristãos, sem exceção, a orar assim. Ele também orienta a todos os Cristãos a “Orar sem cessar” (I Tes. v. 17). Mas a oração incessante somente é possível através da oração com a mente no coração.

Ao se levantar de manhã, esteja tão firmemente quanto possível diante de Deus em seu coração, ao oferecer suas preces matinais; e então vá para o trabalho que foi partilhado com você por Deus, sem afastar-se Dele em seus sentimentos e consciência. Desta maneira você fará seu trabalho com as forças da sua alma e do seu corpo, mas na sua mente e coração você irá permanecer com Deus.



Outward prayer is not enough (by Bishop Ignatti)

Outward prayer alone is not enough. God pays attention to the mind, and they are no true monks who fail to unite exterior prayer with inner prayer. Strictly defined, the word 'monk' means a recluse, a solitary. Whoever has not withdrawn within himself is not yet a recluse, he is not yet monk even though he lives in the most isolated monastery. The mind of the ascetic who is not withdrawn and enclosed within himself dwells neces¬sarily amongst tumult and unquietness. Innumerable thoughts, having free admission to his mind, bring this about; without purpose or necessity his mind wanders painfully through the world, bringing harm upon itself. The withdrawal of a man within himself cannot be achieved without the help of concentrated prayer, especially the attentive practice of the Jesus Prayer.

The achievement of passionlessness and sanctity—in other words, of Christian perfection—is impossible without acquiring inner prayer. All the Fathers are agreed on this.

The path of true prayer becomes incomparably more narrow when the ascetic struggler begins to enter upon it through the activity of the inner man. But when he enters this narrow path and feels how right, saving, and necessary this way is, and when he comes to love his work in the inner cell, then he will also come to love the narrowness of his exterior life because it serves as a cloister and treasury of inner activity.

Oração exterior não é suficiente (pelo Bispo Ignatti)

Sozinha, a oração exterior não é suficiente. Deus presta atenção à mente, e não são verdadeiros monges aqueles que fracassam em unir a oração exterior com a oração interior. Estritamente definido, a palavra ‘monge’ significa um recluso, um solitário. Quem quer que não tenha se retirado para dentro de si mesmo ainda não é um recluso, ele ainda não é um monge muito embora possa morar no mais isolado dos monastérios. A mente do ascético que não está retirada e circunscrita dentro de si mesma habita necessariamente entre o tumulto e a inquietação. Inumeráveis pensamentos, sendo livremente admitidos em sua mente, fazem com que isto aconteça; sem propósito ou necessidade sua mente vagueia dolorosamente através do mundo, trazendo dano sobre si. A retirada de um homem para dentro de si mesmo não pode ser conseguida sem ajuda de uma concentrada oração, especialmente a atenta prática da Oração de Jesus.

A obtenção da impassibilidade e santidade – em outras palavras, da perfeição Cristã – é impossível sem a conquista da oração interior. Todos os Padres concordam com isto.

O caminho da oração verdadeira torna-se incomparavelmente mais estreito quando o buscador ascético começa a deparar-se com ela através da atividade do homem interior. Mas quando ele entra neste estreito caminho e sente quão correto, redentor, e necessário este caminho é, e quando ele chega a amar seu trabalho na cela interior, então ele também virá a amar a estreiteza da sua vida exterior porque ela serve como um claustro e uma tesouraria da atividade interior.



Oral prayer

'In psalms and hymns and spiritual songs, singing with grace in your hearts to the Lord . . .' (Col. iii. 16). The words 'in psalms and hymns and spiritual songs' describe oral prayer, prayer with words; but the words 'singing with grace in your hearts to the Lord' describe inner prayer, of the mind in the heart.

Psalms, canticles, hymns, odes, and so on, are different names for religious songs. It is difficult to indicate the difference be¬tween them, because their contents and form are very similar. All are expressions of the spirit of prayer. When moved to prayer, the spirit glorifies God, thanks Him and raises its petitions to Him. All these manifestations of the spirit of prayer are essenti¬ally indivisible, having no separate existence. When prayer begins to work, it passes from one of these manifestations to another, often more than once. Expressed in words, it is oral prayer, whether called a psalm, a hymn, or an ode. Therefore we will make no attempt to define the difference between their names. The Apostle intended, by this phrase, to embrace all kinds of prayer expressed in words. All prayers which are now in use come under this heading. Besides the Psalter, we use Church songs, stichera, troparia, canons, akathists, and the various prayers which are contained in our prayer books. You will not go wrong if, when reading the Apostle's words about oral prayer, you understand this as the oral prayer which we use today. The power of prayer lies not in this or that oral prayer, but in the way in which we pray.

In his use of the word ‘spiritual’ the Apostle shows us how we should pray orally. Prayers are spiritual because they are originally born in the spirit and ripen there, and are poured out from the spirit. Their spiritual nature is intensified because they are born and ripen by the grace of the Holy Spirit. Psalms and all other oral prayers were not oral at the very beginning. In their origin they were purely spiritual, and only afterwards came to be clothed in words and so assumed an oral form. But becoming oral did not deprive them of their spirituality: even now, they are oral only in their outer semblance, but in their power they are spiritual.

It follows from this that if you want to learn from the Apostle's words about oral prayer, you must act thus: enter into the spirit of the prayers which you hear and read, reproducing them in your heart; and in this way offer them up from your heart to God, as if they had been born in your own heart under the action of the grace of the Holy Spirit. Then, and then alone, is the prayer pleasing to God. How can we attain to such prayer? Ponder carefully on the prayers which you have to read in your prayer book; feel them deeply, even learn them by heart. And so when you pray you will express that which is already deeply felt in your heart.



Prece oral

“Em salmos e hinos e cânticos espirituais, cantando com graça em seus corações para o Senhor...” (Col. iii. 16). As palavras “em salmos e hinos e cânticos espirituais” descrevem a prece oral; mas as palavras “cantando com graça em seus corações para o Senhor” descrevem a prece interior, da mente no coração.

Salmos, cânticos, hinos, odes, e assim por diante são nomes diferentes para cantos religiosos. É difícil indicar a diferença entre eles, porque sues conteúdos e formas são muito similares. Todos são expressões do espírito da oração. Quando movido a orar, o espírito glorifica a Deus, agradece a Ele e eleva a Ele suas petições. Todas estas manifestações do espírito da oração são essencialmente indivisíveis, não possuindo existência separada. Quando a oração começa a funcionar, ela passa de uma destas manifestações a outra, freqüentemente mais de uma vez. Expresso em palavras, é prece oral, mesmo se chamado de salmo, hino, ou ode. Portanto, não faremos nenhuma tentativa para definir a diferença entre seus nomes. O Apóstolo pretendeu, por esta frase, abranger todos os tipos de oração expressa em palavras. Todas as orações que estão em uso agora estão sob este título. Ao lado do Saltério, nós usamos cantos de Igreja, ‘stichera’, cânones, ‘akathists’ , e as diversas orações que estão contidas nos nossos livros de orações.

Você não estará errado se, quando ler as palavras do Apóstolo sobre a prece oral, você entendê-las como se referindo à prece oral que utilizamos hoje. O poder da oração não reside nesta ou naquela oração, mas na maneira pela qual oramos.

No uso que faz da palavra ‘espiritual’ o Apóstolo nos mostra como deveríamos rezar oralmente. As orações são espirituais porque elas originalmente nasceram no espírito e amadureceram pela graça do Espírito Santo. Salmos e outras preces orais não eram orais no início. Em suas origens elas eram puramente espirituais, e somente depois vieram a ser vestidas com palavras e assim assumiram uma forma oral. Mas o tornar-se oral não as privou da espiritualidade delas: mesmo agora, elas são orais apenas na aparência externa, mas em seus poderes elas são espirituais.

Segue-se disto que se você quiser aprender das palavras do Apóstolo sobre a prece oral, deve agir assim: entre no espírito das orações que você ouve e lê, reproduzindo-as em seu coração; e deste modo ofereça-as a Deus, como se elas tivessem nascido em seu próprio coração sob a ação da graça do Espírito Santo. Então, e só então, a oração é agradável a Deus. Como podemos obter uma oração assim? Pondere cuidadosamente sobre as orações que você irá ler em seu livro de orações; sinta-as profundamente, até mesmo aprenda-as de cor. E assim quando você orar expressará aquilo que já é profundamente sentido em seu coração.




 
The purpose of Church hymns

'Speaking to yourselves in psalms and hymns and spiritual songs, singing and making melody in your heart to the Lord' (Eph. v. 19).

How should we interpret these words? Do they mean that when you are filled with the Spirit, you should then sing with your mouth and your heart? Or that if you wish to be filled with the Holy Spirit, you should first sing? Is the singing with mouth and heart, mentioned by the Apostle, meant to be the consequence of being filled by the Spirit, or the means towards it?

The infusion of the Holy Spirit does not lie within our power. It comes as the Spirit Himself wishes. And when it comes, this infusion will so greatly animate the powers of our spirit that the song to God breaks out of itself. Freedom of choice lies only between leaving this song to be sung in the heart alone, or express¬ing it aloud for all to hear.

The words of the Apostle must be taken in the second sense rather than the first. Desire to be filled with the Spirit, and sing with that aim in mind. Singing will set alight the Spirit, or lead to a state of infusion by the Spirit, or show forth His action. According to Blessed Theodoret the Apostle refers to spiritual rapture when he says, 'Be filled with the Spirit' (Eph. v. 18), and he shows us how to attain this, namely by 'unceasingly singing praises to God, entering deeply into oneself, and always stimulating thought'. That is to say: by singing with the tongue and heart.

It is not difficult to understand that the most important part of this is not good harmony in the singing, but the content of what is sung. It has the same effect as a speech written with warm feeling, which animates whoever reads it. Feeling, ex¬pressed in words, is carried by words into the soul of those who hear or read them. The same can be said of Church songs. Psalms, hymns and Church songs are spiritually inspired out¬bursts of feeling towards God. The Spirit of God filled His elect, and they expressed the plenitude of their feelings in songs. He who sings them as they should be sung enters again into the feel¬ings which the author experienced when he originally wrote them. Being filled by these feelings, he draws near to the state wherein he is able to receive the grace of the Spirit, and to adapt himself to it. The purpose of Church songs is precisely to make the spark of grace that is hidden within us burn brighter and with greater warmth. This spark is given by the sacraments. Psalms, hymns and spiritual odes are introduced, to fan the spark and transform it into flame. They act on the spark of grace as the wind acts on a spark hidden in firewood.

But let us remember that this effect is conditional on their use being accompanied by purification of the heart. St. John Chrysostom enjoins this, guided by the teaching of St. Paul himself, and also says that the songs must primarily be spiritual, and sung not only by the tongue but also by the heart.

Therefore, in order that the singing of Church songs may lead us on to be filled by the Spirit, the Apostle is insistent that the songs should be spiritual. By this it should be understood that they must be not only spiritual in content but moved by the Spirit: they must themselves be the fruit of the Holy Spirit, and be poured forth by hearts that are filled with Him. Without this they will not lead to our possession by the Spirit. This is accord¬ing to the law whereby the singer is given that which has been put into the song.

The second condition of the Apostle is that songs must be sung not by the tongue only, but by the heart. It is necessary not only to understand the song, but to be in sympathy with it, to accept the contents of the song in the heart, and to sing it as if it came from our own heart. A comparison of this text with others makes it evident that in the time of the Apostles only those who were in such a state used to sing; others entered into a similar mood and all the congregation sang and glorified God from the heart only. No wonder if, in consequence of this, the whole congregation was filled with the Spirit! What treasure is hidden in Church songs if they are performed properly!

St. John Chrysostom says: 'What is meant by "those who sing in their heart to the Lord"? It means: Undertake this work with attention, for those who are inattentive sing in vain, pronouncing only words, while their heart wanders elsewhere.' Blessed Theodoret adds to this: "He sings in the heart, who not only moves his tongue, but incites his mind to understand what is said.' Other Holy Fathers, writing about prayer to God, believe that prayer is best achieved when offered by the mind established in the heart.

What the Apostle says here about gatherings in church, can also be applied to private psalmody. This everyone can per¬form alone at home. And the fruit of this will be the same, when it is done as it should be: that is, with attention, under¬standing and feeling, from the heart.

Let us note also that although the words of the Apostle refer to singing, his thought indicates turning in prayer to God. It is actually this that arouses the Spirit.



O propósito dos hinos da Igreja

“Falai uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor em vosso coração.” (Ef. v. 19).

Como deveríamos interpretar estas palavras? Elas significam que quando você está preenchido com o Espírito, você deveria cantar com sua boca e coração? Ou que se você deseja ser preenchido com o Espírito Sagrado, você deveria primeiro cantar? Este canto com a boca e o coração, mencionado pelo Apóstolo, significa a conseqüência de ser preenchido pelo Espírito, ou o meio em direção a ele?

A infusão do Espírito Santo não está dentro do nosso poder. Ela vem quando o Espírito Ele Mesmo deseja. E quando esta infusão vier, ela tão imensamente animará as forças do nosso espírito que a canção a Deus irromperá de si mesma. A liberdade de escolha está somente entre permitr que esta canção seja cantada apenas no coração, ou expressá-la em voz alta para todos ouvirem.

As palavras do Apóstolo devem ser tomadas no segundo sentido ao invés do primeiro. Deseje ser preenchido com o Espírito, e cante com esta meta em mente. O canto irá incendiar o Espírito, ou conduzir a um estado de infusão pelo Espírito, ou revelar Sua ação. De acordo com o Abençoado Teodoreto o Apóstolo refere-se ao arrebatamento espiritual quando ele diz: “Buscai a plenitude do Espírito” (Ef. v. 18), e ele nos mostra como atingir isto, nomeando-o por “cantando louvores a Deus incessantemente, entrando profundamente em si mesmo, e sempre estimulando o pensamento”. Ou seja: através do canto com a língua e com o coração.

Não é difícil entender que a parte mais importante disto não é a boa harmonia do canto, mas o conteúdo do que é cantado. Tem o mesmo efeito de um discurso escrito com sentimento caloroso, que anima quem quer que o leia. O sentimento, expresso em palavras, é carregado pelas palavras até a alma daqueles que as ouvem ou as lêem. O mesmo pode ser dito das canções da Igreja. Salmos, hinos e cantos da Igreja são explosões, espiritualmente inspiradas, de sentimento em direção a Deus. O Espírito de Deus preenche Seu eleito, e eles expressam a plenitude dos seus sentimentos em canções. Aquele que as canta como elas deveriam ser cantadas entra novamente nos sentimentos que o autor experimentou quando ele originalmente as escreveu. Estando preenchido por estes sentimentos, ele se aproxima do estado onde é capaz de receber a graça do espírito, e adaptar-se a ela. O propósito das canções de Igreja é, precisamente, fazer com que a centelha da graça que está escondida dentro de nós arda com mais brilho e com maior calor. Esta centelha é dada pelos sacramentos. Salmos, hinos e odes espirituais são introduzidos, para soprar a centelha e transformá-la em fogo. Elas agem na centelha da graça como o vento age na centelha escondida na lenha.

Mas permita-nos lembrar que este efeito depende da sua utilização ser acompanhada pela purificação do coração. S, João Crisóstomo ordena isto, guiado pelo próprio ensinamento de S. Paulo, e também diz que as canções devem ser primeiramente espirituais, e não somente cantadas pela língua, mas também pelo coração.

Portanto, para que as canções na Igreja possam nos levar a ser preenchidos pelo Espírito, o Apóstolo é insistente de que as elas devem ser espirituais. Isto deveria ser entendido de modo que elas não sejam somente espirituais no conteúdo, mas movidas pelo Espírito: elas devem ser elas próprias o fruto do Espírito Santo, e serem derramadas por corações que estejam preenchidos com Ele. Sem isto elas não nos levarão à nossa possessão pelo Espírito. Isto está de acordo com a lei segundo a qual ao cantor é dado aquilo que foi posto na canção.

A segunda condição do apóstolo é que as canções devam ser cantadas não pela língua somente, mas pelo coração. É necessário não somente entender a canção, mas estar em simpatia com ela, aceitar os conteúdos da canção no coração, e cantá-la como se viesse do nosso próprio coração. Uma comparação deste texto com outros torna evidente que no tempo do Apóstolo somente aqueles que estavam em tal estado costumavam cantar; os outros entravam em um estado de espírito semelhante e toda a congregação cantava e glorificava a Deus somente a partir do coração. Nenhuma surpresa se, em conseqüência disto, toda a congregação era preenchida com o Espírito! Que tesouro está oculto nas canções da Igreja se elas são executadas corretamente!

S. João Crisóstomo diz: “O que quer dizer: ‘aqueles que cantam em seus corações para o Senhor’? Significa: Realize este trabalho com atenção, pois aqueles que são desatentos cantam em vão, pronunciando só palavras, enquanto que seus corações vagueiam por aí.” O Abençoado Teodoreto acrescenta isto: “Aquele que canta no coração, que não só move sua língua, mas estimula sua mente a compreender o que é dito.” Outros Santos Padres, escrevendo sobre a oração a Deus, acreditam que a oração é melhor atingida quando oferecida pela mente estabelecida no coração.

Aquilo que o Apóstolo diz aqui sobre encontros na Igreja pode também ser aplicado a uma salmodia particular. Isto qualquer um pode executar sozinho em casa. E o fruto disto será o mesmo, quando feito como deveria; isto é: com atenção, compreensão e sentimento, e vindo do coração.

Façamos notar também que embora as palavras do Apóstolo se refiram ao canto, seu pensamento indica um direcionar-se em oração a Deus. É, de fato, isto que desperta o Espírito.





The prayer of the mind in the heart (p.59)

Sometimes we pray by using the words of prayers already composed; at other times prayer is born directly in the heart, and from there rises to God. Such was the prayer of Moses before the Red Sea. The Apostle refers to it in the words, 'By grace, singing in your heart to the Lord’. Explaining this text, St. John Chrysostom writes: “Sing from the grace of the Spirit, says Paul, not simply with the lips but with attention, standing with your thought before God in your heart. For this is what singing to God means: otherwise the song is in vain, and the words vanish into thin air. It is not song to show off, for even if you are in the market place, you can turn to God within and sing, without being heard by anyone. It is good to pray in the heart even when travelling, and be lifted on high.” Only this kind of prayer is real prayer. Oral prayer is prayer only in so far as the mind and heart also pray.

This prayer is formed in the heart by the grace of the Holy Spirit. He who turns to God and is sanctified by the sacraments, immediately receives feeling towards God within himself, which from this moment begins to lay the foundation in his heart for the ascent on high. Provided he does not stifle it by something unworthy, this feeling will be kindled into flame, by time, per¬severance, and labour. But if he stifles it by something unworthy, although the path of approach and reconciliation to God is not thereby closed to him, this feeling will no longer be given at once and gratis. Before him is the sweat and work of seeking and of gaining it by prayer. But no one is refused. Because all have grace, only one thing is necessary: to give this grace free scope to act. Grace receives free scope in so far as the ego is crushed and the passions uprooted. The more our heart is purified the more lively becomes our feeling towards God. And when the heart is fully purified, then this feeling of warmth towards God takes fire. Even in those who have ceased for a time to experience the working of grace, this warmth towards God revives long before they have arrived at a complete purification from passions. It is still only a seed or a spark, but when it is carefully tended, it glows and begins to flame. Yet it is not permanent, but blazes up and then dies down, and in its burning is not of even strength. But no matter how dimly or brightly it burns, this flame of love always ascends to the Lord and sings a song to Him. Grace builds up everything, because grace is always present in believers. Those who commit themselves irrevocably to grace, will pass under its guidance, and it shapes and forms them in a way known only to itself.



A oração da mente no coração (p.59)



Algumas vezes nós oramos usando palavras de orações já compostas; outras vezes a oração nasce diretamente no coração, e de lá se eleva a Deus. Assim foi a prece de Moisés diante do Mar Vermelho. Os Apóstolos se referem a isso nas palavras: “Através da graça, cantando em seu coração ao Senhor”. Explicando esse texto S. João Crisóstomo escreve: “Cante a partir da graça do Espírito, diz Paulo, não simplesmente com os lábios mas com atenção, permanecendo com seu pensamento diante de Deus em seu coração. Pois isto é o que cantar a Deus significa: de outra forma a canção é em vão, e as palavras se esvanecem no ar tênue. Não é um canto para ser mostrado, pois mesmo se você estiver no mercado, você pode dirigir-se a Deus internamente e cantar, sem ser ouvido por ninguém. É bom orar no coração mesmo quando viajando, e ser alçado ao alto.” Somente este tipo de oração é oração real. A prece oral é prece somente na medida em que a mente e o coração também oram.

Esta oração é formada no coração pela graça do Espírito Santo. Aquele que se dirige a Deus e é santificado pelos sacramentos, imediatamente recebe um sentimento para com Deus de dentro de si mesmo, o qual, deste momento em diante, começa a estabelecer as bases em seu coração para a ascensão ao alto. Desde que não sufocado por algo indigno, este sentimento arderá em chamas, na medida do tempo, da perseverança, e do trabalho. Mas se é sufocado por algo indigno, embora o caminho de aproximação e reconciliação com Deus não tenha assim se fechado, este sentimento não mais será dado de uma só vez e gratuitamente. Diante de si estará o suor e o trabalho de busca e de obtenção dele através da oração. Mas ninguém é recusado. Porque todos têm graça, só uma coisa é necessária: dar a esta graça espaço livre para agir. Graça recebe espaço livre na medida em que o ego é esmagado e as paixões desenraizadas. Quanto mais o nosso coração é purificado mais vivo se torna o nosso sentimento em relação a Deus. E quando o coração é totalmente purificado, então esta sensação de calor em direção a Deus pega fogo. Mesmo para aqueles que deixaram por um tempo de experimentar o trabalho da graça, esse calor em direção a Deus reaviva muito antes de se completar uma total purificação das paixões. Ainda é só uma semente ou uma centelha, mas quando é bem cuidada, ela brilha e começa a chama. Ainda não é permanente, pois resplandece e depois se extingue, e sua combustão ainda não é forte. Mas não importa o quão fraca ou brilhantemente queime, essa chama do amor sempre sobe ao Senhor e canta uma canção para ele. A Graça fortalece todas as coisas, porque a graça está sempre presente nos crentes. Aqueles que se comprometem irrevogavelmente com a graça ficarão sob a sua orientação. Ela os molda e os forma de uma maneira conhecida apenas por ela mesma.





Feeling and words (p.60)

Feeling towards God — even without words — is a prayer. Words support and sometimes deepen the feeling.



Sentimento e palavras (p.60)

Sentimento em relação a Deus – mesmo sem palavras – é uma oração. As palavras sustentam e algumas vezes aprofundam o sentimento.





The gift of feeling

Guard this gift of feeling, given to you by the mercy of God. How ? First and foremost by humility, ascribing everything to grace and nothing to yourself. As soon as you trust to yourself, grace will diminish in you; and if you do not come to your senses, it will cease to work completely. Then there will be much weeping and lamentation. Secondly, regarding yourself as dust and ashes, dwell in grace and do not turn your heart or thought to anything else except from necessity. Be all the time with the Lord. If the inner flame begins to die down a little, immediately hasten to restore its strength. The Lord is near. Turning to Him with contrition and fear, you will immediately receive His gifts.



O dom do sentimento

Proteja este dom do sentimento, dado a você pela misericórdia de Deus. Como? Primeiro e antes de tudo pela humildade, atribuindo tudo à graça e nada a si mesmo. Tão logo você dê crédito a si mesmo, a graça diminuirá em você; e se você não cair em si, ela cessará de trabalhar completamente. Então haverá muito choro e lamentação. Em segundo lugar, considerando a si mesmo como pó e cinzas habite na graça e não dirija seu coração ou pensamento a nada mais exceto por necessidade. Esteja todo o tempo com o Senhor. Se a chama interna começar a extinguir-se um pouco, imediatamente apresse-se em restaurar sua força. O Senhor está perto. Dirigindo-se a Ele com contrição e temor, você imediatamente receberá Seus dons.



Body, soul and spirit

The body is made of earth; yet it is not something dead but alive and endowed with a living soul. Into this soul is breathed a spirit—the spirit of God, intended to know God, to reverence Him, to seek and taste Him, and to have its joy in Him and nothing else.



Corpo, alma e espírito

O corpo é feito de terra; embora não seja algo morto, mas vivo, e dotado com uma alma viva. Dentro desta alma soprou-se um espírito – o espírito de Deus - destinado a conhecer Deus, a reverenciá-Lo, a buscar e prová-lo, e a obter a felicidade Nele e em nada mais.



Draw down the mind into the heart (p.61)

Turn to the Lord, drawing down the attention of the mind into the heart, and calling upon Him there. With the mind firmly established in the heart, stand before the Lord with awe, reverence, and devotion. If we would fulfil this small rule un¬failingly, then passionate desires and feelings would never arise, nor would any other thought.



Atraia a mente para o coração (p.61)

Volte-se para o Senhor, atraindo a atenção da mente para o coração, e chamando por Ele lá. Com a mente firmemente estabelecida no coração, permaneça diante do Senhor com respeito, reverência e devoção. Se cumpríssemos esta pequena regra infalivelmente, então, os desejos e sentimentos apaixonados nunca iriam surgir, nem surgiria qualquer outro pensamento.





The primary work of our life

Prayer is the primary work of the moral and religious life. The root of this life is a free and conscious relationship with God, which then directs everything. It is the practice of prayer that expresses this free and conscious attitude towards God, just as the social contacts of daily life express our moral attitude towards our neighbour, and our ascetic struggles and spiritual efforts express our moral attitude towards ourselves. Our prayer reflects our attitude to God, and our attitude to God is reflected in prayer. And since this attitude is not identical in different people, so the kind of prayer is not identical either. He who is careless of salvation has a different attitude to God from him who has abandoned sin and is zealous for virtue, but has not yet entered within himself, and works for the Lord only outwardly. Finally, he who has entered within and carries the Lord in himself, standing before Him, has yet another attitude. The first man is negligent in prayer just as he is negligent in life; and he prays in church and at home merely according to the established custom, without attention or feeling. The second man reads many prayers and goes often to church, trying at the same time to keep his attention from wandering and to experi¬ence feelings in accordance with the prayers which are read, although he is very seldom successful. The third man, wholly concentrated within, stands with his mind before God, and prays to Him in his heart without distraction, without long verbal prayers, even when standing for a long time at prayer in his home or in church. Take away oral prayer from the second, and you will take away all prayer from him; impose oral prayer on the third and you will extinguish prayer in him by the wind of many words. For every rank of person, and every degree of drawing near to God, has its own prayer and its own rules. How important it is to have experienced instruction here, and how very harmful it can be to guide and direct oneself!



O principal trabalho da nossa vida

A oração é o principal trabalho da vida moral e religiosa. A raiz desta vida é uma livre e consciente relação com Deus, que então dirige todas as coisas. A prática da oração expressa esta livre e consciente atitude em relação a Deus, assim como os contatos sociais da vida cotidiana expressam nossa atitude moral em relação aos nossos vizinhos, e nossas lutas ascéticas e esforços espirituais expressam nossa atitude moral em relação a nós mesmos. Nossa oração reflete nossa atitude a Deus, e nossa atitude a Deus é refletida na oração. E desde que esta atitude é diferente em pessoas diferentes, assim também os tipos de oração também não são idênticos. Aquele que é descuidado da salvação tem uma diferente atitude em relação a Deus daquele que abandonou o pecado e é zeloso pela virtude, ainda que não tenha entrado dentro de si mesmo, e trabalha para o Senhor apenas externamente. Finalmente, aquele que entrou dentro e carrega o Senhor em si mesmo, permanecendo diante Dele, possui ainda outra atitude. O primeiro homem é negligente na oração assim como ele é negligente em sua vida; e ele ora na igreja e em casa meramente de acordo com o costume estabelecido, sem atenção ou sentimento. O segundo homem lê muitas preces e vai freqüentemente à igreja, tentando, ao mesmo tempo, evitar que sua atenção se disperse e experimentar sentimentos de acordo com as preces que são lidas, embora ele raramente seja bem sucedido. O terceiro homem, plena e internamente concentrado, permanece diante de Deus, e ora a Ele em seu coração sem distração, sem longas orações verbais, mesmo quando permanece por um longo tempo orando em sua casa ou na igreja. Retire a prece oral do segundo e você levará toda a sua oração; imponha a prece oral ao terceiro e você extinguirá a sua oração pelo vento das muitas palavras. Pois cada categoria de pessoa, e cada grau de aproximação a Deus têm sua própria oração e suas próprias regras. Quão importante é ter instrução experimentada aqui, e quão prejudicial pode ser guiar e conduzir-se por si mesmo!





Sounding and soundless prayer (p.62)

“Which is better: to pray with the lips or with the mind?” The answer is that we must use both forms: pray sometimes in words, sometimes with the mind. But it is necessary to explain here that mental prayer also involves the use of words which in this case are not heard, but are only pronounced within the heart. It is better put in this way: Pray sometimes with sounding words, and sometimes inaudibly with words that are soundless. But it is necessary to take care that both sounding and soundless prayer should come from the heart.



Oração sonora e oração silenciosa. (p.62)

“O que é melhor: orar com os lábios ou com a mente?” A resposta é que devemos usar ambas as formas: orar algumas vezes com palavras, algumas vezes com a mente. Mas é necessário explicar aqui que a oração mental também envolve o uso de palavras que neste caso não são ouvidas, mas são somente pronunciadas dentro do coração. É melhor colocar deste modo: Ore algumas vezes com palavras pronunciadas, e algumas vezes com palavras inaudíveis, que são silenciosas. Mas é necessário estar atento de que tanto as orações vocais quanto as silenciosas devem vir do coração.



The power is not in the words

To pray is quite straightforward. Stand with the mind in the heart before the face of the Lord and cry: 'Jesus Christ, Son of God, have mercy upon me', or just: 'Lord have mercy', 'Most merciful Lord, have mercy upon me, a sinner'—or with any other words. The power is not in the words, but in the thoughts and feelings.



O poder não está nas palavras

Orar é muito direto. Permaneça com a mente no coração diante da face do Senhor e clame: “Jesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade de mim”, ou apenas: “Senhor, tenha piedade”, “Senhor misericordioso, tem piedade de mim, um pecador” – ou com quaisquer outras palavras. A força não está nas palavras, mas nos pensamentos e sentimentos.



A vigilant tension of the muscles

We shall not contradict the meaning of the Holy Fathers' instructions, if we say: Behave as you wish, so long as you learn to stand before God with the mind in the heart, for in this lies the essence of the matter.

Among bodily activities, however, there are some which seem to go hand in hand with inner prayer, and never leave it. Our aim must be to stand with the attention in the heart, and to hold the whole body in a vigilant tension of the muscles, and not to allow attention to be influenced and diverted by exterior im¬pressions of the senses.



Uma tensão vigilante dos músculos

Nós não contradiríamos o significado das instruções dos Santos Padres, se disséssemos: comporte-se como queira, contanto que você aprenda a permanecer diante de Deus com a mente no coração, pois nisto reside a essência da questão.

Entre atividades corporais, entretanto, existem algumas que parecem ir de mãos dadas com a oração interior, e nunca a deixam. Nossa meta deve ser ficar com a atenção no coração, e manter todo o corpo numa tensão vigilante dos músculos, e não permitir que a atenção seja influenciada e dispersa pelas impressões externas dos sentidos.



Prayer from the heart (p.63)

Every prayer must come from the heart, and any other prayer is no prayer at all. Prayer-book prayers, your own prayers, and very short prayers, all must issue forth from the heart to God, seen before you. And still more must this be so with the Jesus Prayer.





Oração do coração (p.63)

Toda oração deve vir do coração, e qualquer outra oração não é, de fato, oração. As orações do livro de preces, suas próprias orações, e orações muito curtas, todas devem ser emitidas a partir do coração até Deus, visto diante de você. E isto deve ser ainda mais assim com a Oração de Jesus.



The principal thing

The principal thing is to stand with the mind in the heart before God, and to go on standing before Him unceasingly day and night, until the end of life.



A coisa principal

A coisa principal é ficar com a mente no coração diante de Deus, e seguir em pé diante dele incessantemente dia e noite, até o final da vida.



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