A ARTE DA PRECE
Uma Antologia Ortodoxa
compilada pelo
Hegúmeno Chariton de Valamo
CAPÍTULO VI
GUERRA COM AS PAIXÕES
de vários autores
(vi) ILUSÃO
S. Antônio e Demônio disfarçado de Mulher. – Antuérpia – Séc. XV.
Como reconhecer a ilusão do diabo
O início real da oração é o calor do coração, que resseca as paixões e preenche a alma com felicidade e satisfação, fortalecendo o coração com um imperturbável amor e com uma firme convicção que não dá espaço para a dúvida. Os Padres dizem que qualquer coisa que entre na alma, seja visível ou invisível, não é de Deus na medida em que o coração tem dúvidas a respeito e assim não o aceita: em tais casos, é algo que vem do inimigo. Do mesmo modo, se você vê a sua mente sendo atraída, por alguma força invisível, a vagar externamente ou voar nas alturas, não confie nesta força e não deixe que sua mente seja persuadida por ela; mas imediatamente force-a a continuar com seu apropriado trabalho. Tudo aquilo que é de Deus vem por si mesmo, diz Santo Isaac, enquanto que você permanece desavisado até mesmo do momento de sua chegada. Assim, o inimigo tenta produzir uma ilusão de alguma experiência espiritual em nós, oferecendo-nos uma miragem ao invés da coisa real – uma desgovernada combustão ao invés de verdadeiro calor espiritual, e em vez de felicidade, excitação irracional e prazer físico que por sua vez levam ao orgulho e presunção – e ele até mesmo consegue esconder-se dos inexperientes atrás de tais seduções, de modo que acham que sua diabólica ilusão é realmente o trabalho da graça. Ainda assim, o tempo, a experiência e o sentimento irão revelar quem não é totalmente ignorante de suas perversas armadilhas. ‘O palato discrimina entre comidas diferentes’, dizem as Escrituras. Do mesmo modo o paladar espiritual mostra todas as coisas como elas são, sem qualquer ilusão.
S. GREGÓRIO DO SINAI
How to recognize the illusion of the devil (p.264)
The true beginning of prayer is warmth of heart, which scorches the passions and fills the soul with joy and gladness, strengthening the heart with an unshakeable love and with a firm assurance that leaves no room for doubt. The Fathers say that whatever enters the soul, whether visible or invisible, is not from God so long as the heart is in doubt about it and so does not accept it: in such cases, it is something that comes from the enemy. In the same way if you see your mind attracted by some invisible force to wander outside or to soar on high, do not trust it and do not allow the mind to be enticed by it; but im¬mediately force your mind to continue with its proper work. Whatever is of God comes by itself, says St. Isaac, whilst you are ignorant even of the time of its coming. Thus the enemy tries to produce an illusion of some spiritual experience within us, offering us a mirage instead of the real thing—unruly burning instead of true spiritual warmth, and instead of joy, irrational excitement and physical pleasure which in turn give rise to pride and conceit—and he even succeeds in concealing himself from the inexperienced behind such seducements, so that they think his diabolic illusion is really the working of grace. Yet time, experience, and feeling will reveal him to those who are not al¬together ignorant of his evil wiles. 'The palate discriminates between different foods', say the Scriptures. In the same way spiritual taste shows all things as they are, without any illusion.
ST. GREGORY OF SINAI
O Tentador – Catedral de Notre Dame – Strasburgo - 1280
Cristo Ressuscitado sobre a Morte e Demônio com Máscara – Catedral de Munique - Alemanha
Confusão e paz
Quando há confusão na alma, de qualquer espécie que seja, não confie em seus julgamentos em tais momentos; pois aquilo que a alma nos conta não será a verdade. Em tais momentos seu conselheiro é Satã e seu conselho, certamente, não é para sua salvação – a pobre alma é despedaçada desta e daquela maneira.
“Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tiago i. 20). O que vem de Deus é inteiramente pacífico, calmo e doce; e deixa esta doçura na alma tanto quanto a esparge abundantemente por todo entorno, muito embora à primeira vista, às vezes, tenha uma aparência proibitiva.
TEÓFANO, O RECLUSO
Confusion and peace (p.264)
When there is confusion in the soul, of whatever kind, do not at such a time trust its judgement; for what the soul tells you then will not be the truth. At such moments its counsellor is Satan, and his advice is certainly not for its salvation—the poor soul is torn this way and that.
“The wrath of man worketh not the righteousness of God” (James i. 20). What comes from God is wholly peaceful, calm and sweet; and it leaves this sweetness in the soul as well as pouring it out in abundance all around, even though at first sight it sometimes has a forbidding appearance.
THEOPHAH THE RECLUSE
Pensamentos errantes
Você está sujeito a pensamentos errantes porque ouve conversas inúteis, e memórias dela permanecem com você. A partir destas memórias o inimigo tece uma teia em frente do olho de sua mente para enredá-la. Quando isto acontece, você deve descer ao seu coração, afastando seus olhos das ilusórias imagens apresentadas pelo inimigo e invocar o Senhor.
TEÓFANO, O RECLUSO
Wandering thoughts (p.265)
You are subject to wandering thoughts because you listen to idle talk, and memories of it remain with you. Out of these memories the enemy weaves a web in front of your mind's eye in order to enmesh it. When this happens, you should descend into your heart, turning your eyes away from the illusory images presented by the enemy, and call to the Lord.
THEOPHAN THE RECLUSE
Lobo em pele de Carneiro
Vaidade mascarada como zelo
Para progredir na prece e escapar da ilusão a negação de si é necessária, e esta nos ensina que nada deveria ser almejado na oração, exceto a atenção. Então o trabalho da prece se tornará mais simples e fácil. As tentações também se tornarão menos fortes, embora elas acompanhem qualquer tentativa. St. Nil Sorski e outros Santos Padres nos contam que poderosas tentações vindas do demônio – tentações muito além de nossas forças – atacam-nos se buscamos experimentar em nós mesmos, prematuramente, os frutos da oração do coração. Buscamos estes frutos cedo demais porque – ignorado por nós – sofremos de uma exagerada opinião de nossas habilidades, e da vaidade mascarada como zelo.
BISPO IGNATII
Conceit masquerading as zeal (p.265)
To make progress in prayer and to escape from illusion, self-denial is needed, which teaches us that nothing should be sought in prayer except attention. Then the work of prayer will become more simple and easy. Temptations will also become less strong, although they always accompany any endeavour. St. Nil Sorski and other Holy Fathers tell us that powerful temptations coming from the devil—temptations far beyond our strength—attack us if we seek to experience in ourselves the fruits of prayer of the heart prematurely. We seek these fruits too soon because—unknown to ourselves—we suffer from an exaggerated opinion of our own abilities, and from conceit masquerading as zeal.
BISHOP IGNATII
A origem da ilusão
Muitas pessoas compreendem sobre as consequências da ilusão, pois estas se manifestam claramente. O que é mais importante é aprender como esta ilusão surge na origem. Ela se inicia de um falso pensamento que serve como a fundação de todas as desilusões e todas as desastrosas enfermidades que afligem a alma. Um falso pensamento na mente já contém a plena estrutura da ilusão, do mesmo modo que uma semente lançada na terra contém toda a planta que crescerá dela.
BISPO IGNATII
The origin of illusion (p. 266)
Many people understand about the ultimate effects of illusion, for these are clearly manifest. What is more important is to learn how this illusion originally arises. It starts from a false thought, which serves as the foundation of all the delusions and all the disastrous infirmities that afflict the soul. A false thought in the mind already contains the whole structure of illusion, just as a seed sown in the earth contains the whole plant which will grow out of it.
BISHOP IGNATII
Jesus Cristo – El Greco – 1595
Jubilosa tristeza e oração real, livre da ilusão
Se um homem se aferra às lagrimas contritas para prevenir-se de ser arrebatado pela felicidade que experimenta na oração e, assim, previne-se de formar uma alta opinião de si próprio, então ele possui uma poderosa arma contra o inimigo. Aquele que possui esta jubilosa tristeza escapará de todo dano. A oração real, livre da ilusão, é oração na qual o calor espiritual, casado com a Oração de Jesus, traz fogo nas profundezas de nosso coração e queima as paixões como joio. Tal prece traz contentamento e paz para a alma, e não vem nem da direita nem da esquerda, nem mesmo de cima, mas brota no coração como uma fonte de água da vida do Espírito concedido. É esta espécie de oração, e somente esta, que você deveria amar e buscar manter em seu coração, sempre se assegurando de que sua mente não sonhe. Nada tema uma vez que você a tem, pois Aquele que disse: ‘Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!’ está Ele Próprio dentro de nós. Quem quer que esteja sintonizado a esta harmonia interna e viva honestamente e sem pecados, que tenha virado as costas para a bajulação subserviente e a arrogância, permanecerá firme e não sofrerá mal, mesmo se um inteiro exército de demônios surgir contra ele trazendo inumeráveis tentações.
TEÓFANO, O RECLUSO
Joyful sorrow and true prayer, free from illusion (p.266)
If a man holds fast to tears of contrition, to prevent himself being carried away by the joy which he experiences in prayer, and so forming a high opinion of himself, then he possesses a mighty weapon against the enemy. He who preserves this joyful sorrow will escape all harm. True prayer, free from illusion, is prayer in which spiritual warmth, coupled with the Jesus Prayer, brings fire into the depths of our heart and burns up the passions like tares. Such prayer brings gladness and peace to the soul, and comes neither from right nor left, nor even from above, but wells up in the heart like a spring of water from the life-giving Spirit. This kind of prayer and this alone should you love and seek to keep in your heart, always preserving your mind from dreaming. Fear nothing once you have it, for He who said, ‘Be of good cheer; it is I; be not afraid’ (Matt. xiv. 27), is Himself with us. Whoever is attuned to this inner harmony and lives righteously and sinlessly, who has turned his back upon sycophancy and arrogance, will stand firm and suffer no ill even if a whole army of devils rises against him and brings innumerable temptations.
THEOPHAN THE RECLUSE
Pagãos venerando demônios, Cristãos adorando a Deus – França – Séc. XV.
A prática da Oração de Jesus conduz a ilusão?
Algumas pessoas afirmam que a Oração de Jesus sempre, ou quase sempre, é seguida pela ilusão, e proíbem estritamente o uso desta oração.
Aceitar tal idéia e fazer tal proibição se constitui como uma terrível blasfêmia – ilusão de um caráter absolutamente deplorável. Nosso Senhor Jesus Cristo é a única fonte de nossa salvação, o único meio pelo qual podemos ser salvos: e Seu Nome humano recebeu de Sua divindade um sagrado e ilimitado poder para nos salvar. Como pode este poder, que trabalha pela salvação – o único poder que dá salvação – tornar-se distorcido e trabalhar para a perdição? Tal sugestão é absurda. É um contra-senso deprimente, blasfemador e destruidor da alma. Aqueles que adotam esta linha de argumento foram, de fato, seduzidos pelo demônio, e enganados pelo espúrio raciocínio que vem de Satã.
Examine todas as Sagradas Escrituras: você encontrará o Nome do Senhor exaltado e glorificado por toda a parte, e seu poder redentor exaltado do início ao fim. Estude os escritos dos Padres e você verá que todos eles, sem exceção, sugerem e aconselham a prática da Oração de Jesus, denominando-a como uma arma mais forte que qualquer outra no céu e na terra; um presente de Deus, uma herança inalienável, um dos legados culminantes e mais exaltados do Deus-Homem, o mais doce consolo e pleno de amor, uma segura promessa. Por fim, vá aos decretos canônicos da Igreja Ortodoxa Oriental e você encontrará que no caso de todas as suas crianças iletradas, sejam monges ou leigos, a Igreja estabeleceu a prática da Oração de Jesus como um substituto da leitura dos Salmos e das preces em casa e na própria cela. Qual peso, então, pode haver nas recomendações de uns poucos homens cegos, exaltados e aplaudidos por outros igualmente cegos, quando comparadas com a unânime testemunha das Sagradas Escrituras, de todos os Santos Padres, e dos decretos canônicos da Igreja a respeito da Oração de Jesus?
BISPO IGNATII
Does the practice of the Jesus Prayer lead to illusion? (p.267)
Some people assert that the Jesus Prayer is always, or nearly always, followed by illusion, and strictly forbid the use of this prayer.
To accept such an idea and to make such a prohibition con¬stitutes a terrible blasphemy—illusion of an utterly deplorable character. Our Lord Jesus Christ is the one source of our sal¬vation, the only means whereby we can be saved: and His human Name has received from His divinity an unlimited and holy power to save us. How can this power, working for salva¬tion—the only power that gives salvation—become distorted and work for perdition? Such a suggestion is absurd. It is melancholy, blasphemous, soul-destroying nonsense. Those who adopt this line of argument are indeed beguiled by the devil, and deceived by the spurious reasoning which comes from Satan.
Examine all the Holy Scriptures: you will find the Name of the Lord exalted and glorified everywhere in them, and its saving power extolled throughout. Study the writings of the Fathers and you will see that all of them, without exception, suggest and advise the practice of the Jesus Prayer, calling it a weapon stronger than any other in heaven or on earth; a gift of God, an inalienable heritage, one of the culminating and most exalted bequests of the God-Man, a solace most sweet and full of love, a sure pledge. Finally, turn to the canonical decrees of the Eastern Orthodox Church and you will find that in the case of all its illiterate children, both monks and laymen, the Church has established the recitation of the Jesus Prayer as a substitute for the reading of psalms and prayers in one's own cell or room. What weight, then, can there be in the recommendations of a few blind men, extolled and applauded by others equally blind, as compared with the unanimous testimony of the Holy Scrip¬tures, of all the Holy Fathers, and of the canonical decrees of the Church concerning the Jesus Prayer ?
BISHOP IGNATII
Cristo acusado pelos Fariseus - Duccio di Buoninsegna - 1308
Os inimigos da Oração de Jesus
Certas pessoas desenvolveram um infeliz preconceito contra a Oração de Jesus, embora faltem a elas o conhecimento pessoal que chega através de uma correta e longa prática da Oração. Teria sido muito mais seguro e sensível para tais pessoas absterem-se de fazer qualquer julgamento sobre o tema: elas deveriam perceber a própria e completa ignorância desta meta sagrada, ao invés de tomar sobre si mesmas a missão de pregar contra a prática da Oração de Jesus, e de denunciar esta sagrada oração como causa de diabólica ilusão e perdição da alma. Devo dizer a eles, por meio de aviso, que censurar a oração que usa o Nome de Jesus, e atribuir um efeito nocivo a este Nome, é tão ruim quanto a censura que os Fariseus fizeram diante dos milagres realizados pelo Nosso Senhor. Esta ignorante e blasfemadora teorização contra a Oração de Jesus tem o pleno caráter de uma herética pseudo-filosofia.
BISPO IGNATII
The enemies of the Jesus Prayer (p. 268)
Certain people have developed an unfortunate prejudice against the Jesus Prayer, although they lack the personal knowledge that comes from a correct and long practice of the Prayer. It would have been much more safe and sensible for such people to refrain from making any judgement on the subject: they should realize their complete ignorance of this sacred task, rather than take upon themselves the mission of preaching against the practice of the Jesus Prayer, and of denouncing this holy prayer as the cause of diabolic illusion and the soul's perdition. I must say to them by way of warning that to censure the prayer which uses the Name of Jesus, and to ascribe a harmful effect to this Name, is as bad as the censure which the Pharisees passed upon the miracles accomplished by Our Lord. This ignorant and blas¬phemous theorizing against the Jesus Prayer has all the character of heretical pseudo-philosophy.
BISHOP IGNATII
Teófano, o Recluso
A necessidade de direção experimentada (i)
Você pergunta por que a ilusão aparece durante a prática da Oração de Jesus? Aparece não através da própria oração, mas através da maneira pela qual é praticada – e aqui deveríamos observar as direções prescritas na Filocalia. Estas direções deveriam ser seguidas sob o olhar de um professor que sabe a correta maneira de executar a Oração. Mas se qualquer um tenta praticá-la por si mesmo, meramente por descrições de livros, ele não pode escapar da ilusão. Em qualquer descrição apenas é dado um contorno externo do trabalho: um livro não pode prover todo o detalhado conselho que é oferecido pelo stárets que compreende o estado interno que deveria acompanhar a Oração, e assim pode assistir o iniciante e dar-lhe a adicional orientação que ele precisa. Aquele que pratica este método de oração sem um guia para ajudá-lo é, naturalmente, deixado apenas com a atividade externa e os vários exercícios físicos. Conscientemente ele executa tudo aquilo que é previsto pelos livros a respeito da postura do corpo, respiração, e o olhar para o coração. Mas, à medida que os métodos desta espécie conduzem, naturalmente, só até certo grau de concentrada atenção e calor, quem quer que não tenha um confiável juiz, capaz de explicar-lhe a natureza da mudança que começou a acontecer-lhe, pode ser que venha a imaginar que este limitado calor já é, de fato, o que ele está buscando e que a graça desceu sobre ele; enquanto que, na verdade, ela ainda não está lá. E logo ele começa a achar que possui a graça, sem tê-la realmente. Tal é a natureza da ilusão; e esta ilusão irá, posteriormente, distorcer todo o subsequente curso de sua vida interior. Eis a razão pela qual, nos dias de hoje, encontramos startsi aconselhando às pessoas que, de fato, não empreendam estes métodos físicos por causa do perigo envolvido neles. Por si mesmos eles não podem dar qualquer coisa da graça, pois a graça não está conectada com exercícios externos, mas chega apenas ao ser interior. Por outro lado, o estado interior apropriado atrairá a ação da graça mesmo sem tais métodos.
Este apropriado estado interior consiste na prática da Oração de Jesus de tal modo que caminhamos na presença de Deus: ao mesmo tempo devemos acender até o fervor, dentro de nós mesmos, os sentimentos de adoração e temor a Deus, deixando de satisfazer a nós mesmos em qualquer coisa, ouvindo nossa consciência sempre e em todo lugar, mantendo-a despoluída e em paz, e colocando toda a nossa vida, interna e externa, nas mãos de Deus. Quando estes elementos espirituais estão presentes, a graça de Deus, chega no seu próprio tempo e os absorve todos numa unidade, acendendo a partir dele o fogo espiritual que é a prova da presença da graça no coração. Seguindo deste modo é difícil cair na vaidade. Ainda assim é melhor ter um guia que possa nos encontrar pessoalmente e que possa ver nossa face e ouvir nossa voz; pois estas duas coisas revelam aquilo que está dentro.
TEÓFANO, O RECLUSO
The need for experienced direction (i) (p.268)
You ask why illusion comes during the practice of the Jesus Prayer? It comes not from the prayer itself but from the manner in which it is practised—and here we should observe the direc¬tions prescribed in the Philokalia. These directions should be followed under the eye of a teacher who knows the correct way of performing the Prayer. But if anyone tries to practise it by himself, merely from descriptions in books, he cannot escape illusion. In any description only an external outline of the work is given: a book cannot provide all the detailed advice which is supplied by the staretz, who understands the inner state that should accompany the Prayer, and so can watch over the beginner and give him the further guidance that he needs. He who practises this method of prayer without a guide to help him, is of course left with only the external activity and the various physical exercises. He conscientiously performs everything laid down in the books about the posture of the body, breathing, and looking into the heart. But since methods of this kind naturally lead to a certain degree of concentrated attention and warmth, whoever does not have by him a reliable judge, capable of explain¬ing to him the nature of the change that has taken place in him, may come to imagine that this limited warmth is indeed what he is seeking and that grace has descended upon him, whereas in fact it is not there as yet. And so he begins to think that he pos¬sesses grace, without actually having it. Such is the nature of illusion; and this illusion will thereupon distort all the subsequent course of his inner life. That is why nowadays we find the startsi advising people not to undertake these physical methods at all, because of the danger involved in them. By themselves they cannot give anything of grace, for grace is not connected with external exercises, but comes down only into the inner being: on the other hand, the proper inner state will attract the action of grace even without such methods.
This proper inner state consists in practising the Jesus Prayer in such a way that we walk in God's presence: at the same time we must kindle to fervour within ourselves the feelings of adoration and the fear of God, ceasing to pander to ourselves in anything, listening to our conscience always and in everything, keeping it unpolluted and at peace, and placing the whole of our life, both inner and outer, in God's hands. When these spiritual elements are present, the grace of God, coming in its own time and absorbing them all into one, kindles from them the spiritual fire which is the token of the presence of grace in the heart. If we follow this way, it is difficult to fall into self-conceit. But even so it is better to have a guide whom we meet personally and who can see our face and hear our voice; for these two things reveal what is within.
THEOPHAN THE RECLUSE
A necessidade de direção experimentada (ii)
A oração interna traz a salvação. Mas na nossa oração interna, na medida em que ainda estamos orando por nossos próprios esforços e labuta, temos grande necessidade de direção experimentada. É, precisamente, durante este período da prática da oração interna que as pessoas, carecendo de uma adestrada mão que as guie, estão mais propícias a desviarem-se.
TEÓFANO, O RECLUSO
The need for experienced direction (ii) (p.269)
Inner prayer brings salvation. But in our inner prayer we stand in great need of experienced direction, so long as we are still praying by our own efforts and labour. It is precisely during this period of practising inner prayer that people, who lack a skilful hand to guide them, are mostly liable to go astray.
THEOPHAN THE RECLUSE
Demônios subornado os Seis Reis purificados - Iluminura Bíblica Séc. XIII
Por quê a Oração de Jesus algumas vezes leva a insanidade
Insanidade pode vir da Oração de Jesus somente se as pessoas, enquanto a estão praticando, fracassam em renunciar aos pecados e aos maus hábitos que a consciência delas condena. Isto causa um agudo conflito interior que rouba toda a paz do coração. Como resultado, o cérebro torna-se confuso e as idéias do homem ficam emaranhadas e desordenadas
Sobre a sua primeira questão que perguntava sobre a pequena chama: quando Deus lhe der você entenderá. Sem ter saboreado a doçura do mel um homem não pode saber como ela é. Aqui também é assim. Devemos adquirir um constante sentimento de amor por Deus, e então a chama se tornará manifesta.
TEÓFANO, O RECLUSO
Why the Jesus Prayer sometimes leads to insanity (p. 270)
Insanity can come from the Jesus Prayer only if people, while practising it, fail to renounce the sins and wicked habits which their conscience condemns. This causes a sharp inner conflict which robs the heart of all peace. As a result the brain grows confused and a man's ideas become entangled and disorderly.
As to your first question asking about the small flame: when God gives it you will understand. Without having tasted the sweetness of honey a man cannot know what it is like. So also here. We must acquire a constant feeling of love for God, and then the flame will become manifest.
THEOPHAN THE RECLUSE
Cristo acusado pelos Fariseus (Detalhe)- Duccio di Bouninsegna - 1308
A ilusão daqueles que não praticam a oração interior
Há boas razões para considerar como auto-enganação e ilusão o estado interior daqueles monges que, tendo rejeitado a prática da Oração de Jesus e o trabalho interior em geral, ficam satisfeitos somente com as orações externas – com contínua presença nos serviços da igreja e com a determinada observância das regras da cela, que se consiste exclusivamente da leitura dos salmos e orações verbais e orais. Eles não podem evitar a presunção como explica o staretz Basil. Este é o sinal do estado presunçoso da mente: as pessoas sob sua influência consideram que levam uma vida de atenção, e frequentemente, por causa do orgulho, desprezam as outras. A prece oral e verbal é certamente frutífera quando está conectada com a atenção, mas isto apenas acontece ocasionalmente: pois aprendemos a conservar a atenção principalmente através da prática da Oração de Jesus.
BISPO IGNATII
The illusion of those who do not practise inner prayer (p. 270)
There are good grounds for regarding as self-deception and illusion the inner state of those monks who, having rejected the practise of the Jesus Prayer and inner work in general, are satis¬fied with external prayers alone—with continual attendance at church services and with the unrelenting observance of a cell rule, consisting exclusively in the reading of psalms and in verbal and oral prayers. They cannot avoid being self-opinionated, as staretz Basil explains. This is the mark of the self-opinionated state of mind: people under its influence come to regard them¬selves as leading a life of attention, and often, out of pride, des¬pise others. Verbal and oral praying is certainly fruitful when it is linked with attention, but this happens only very occasionally: for we learn to preserve attention chiefly through the practice of the Jesus Prayer.
BISHOP IGNATII
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