terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A Arte da Prece - Uma Antologia Ortodoxa. (Capítulo IV - ii) Graça Divina e Esforço Humano

A ARTE DA PRECE





Uma Antologia Ortodoxa

compilada pelo





Hegúmeno Chariton de Valamo





CAPÍTULO IV



OS FRUTOS DA ORAÇÃO

por Teófan, o Recluso.



















(ii) Graça Divina e Esforço Humano







Missionário onde Terra e Céu encontram-se – Madeira entalhada – Flammarion - 1888



O chamado da graça e o livre arbítrio do homem



No primeiro chamado e aceno da graça, ao se entrar dentro pela primeira vez, o reino espiritual abre-se diante de nós e nos é concedida a visão de outro mundo, independentemente se o desejamos ou não. Mais tarde, no entanto, esta visão junto com o poder de habitar constantemente no interior são deixadas ao livre arbítrio humano e devemos trabalhar para obtê-las.



The call of grace and man’s free choice (p.133)



At the first call and beckoning of grace, at the first entering within, the spiritual realm opens up before us, and we are granted vision of another world, independently of whether we desire it or not. But afterwards this vision, together with the power to dwell constantly within, are left to man's free choice and we must work to attain them.







Nada vem sem esforço



Possa o Senhor lhe dar a benção de um forte desejo para permanecer internamente diante de Deus. Busque e você encontrará. Busque Deus: tal é a inalterável regra para todo progresso espiritual. Nada vem sem esforço. O auxílio de Deus sempre está pronto e sempre está perto, mas somente é dado àqueles que buscam e trabalham, e somente àqueles buscadores que, depois de colocarem todos os seus próprios poderes à prova, clamam então com todo o coração: “Senhor, socorra-nos”. Tanto quanto você sustente alguma esperança, ainda que mínima, de adquirir algo por suas próprias forças, o Senhor não interfere. É como se Ele dissesse: “Você espera ser bem sucedido por conta própria – Muito bem, siga tentando! Mas tanto quanto queira tentar não obterá nada.” Possa o Senhor lhe dar um espírito contrito, um humilde e contrito coração.



Nothing comes without effort (p.133)



May the Lord give you the blessing of a strong desire to stand inwardly before God. Seek and you will find. Seek God: such is the unalterable rule for all spiritual advancement. Nothing comes without effort. The help of God is always ready and always near, but is only given to those who seek and work, and only to those seekers who, after putting all their own powers to the test, then cry out with all their heart: Lord, help us. So long as you hold on to even a little hope of achieving something by your own powers, the Lord does not interfere. It is as though He says: “You hope to succeed by yourself—Very well, go on trying! But however long you try you will achieve nothing.” May the Lord give you a contrite spirit, a humble and a contrite heart.









A árvore da vida



O estado de espírito essencial do penitente é este: ‘Na maneira que Tu sabes, Oh Senhor, salve-me. Da minha parte trabalharei sem hipocrisia, sem desvios e má interpretação, mas de acordo com uma pura consciência, fazendo tudo que compreendo e que reside em meu poder’. Quem quer que possa verdadeiramente sentir isto em seu coração é aceito pelo Senhor, que vem então governar dentro dele como um rei.

Deus é seu professor, Deus é quem ora dentro dele, Deus é quem decide e age nele, Deus é quem nutre frutos nele, Deus é seu governador. Tal estado é a semente e o coração da árvore da vida celestial dentro dele.



The tree of life (p.133)



The essential mood of the penitent is this: ‘In the way Thou knowest, O Lord, save me. For my part I will labour without hypocrisy, without deviation and misinterpretation, but according to a pure conscience, doing everything that I understand and that lies in my power.’ Whoever can truly feel this in his heart, is accepted by the Lord, who then comes to rule as king within him.

God is his teacher, God it is who prays in him, God it is who wills and acts in him, God it is who bears fruit in him. God is his ruler. Such a state is the seed and the heart of the heavenly tree of life within him.





Dependência da graça de Deus



A primeira semente da nova vida está na combinação entre liberdade e graça; e o seu crescimento e amadurecimento vêm do desenvolvimento dos mesmos elementos. Ao fazer a promessa de viver de acordo com a vontade de Deus, por Sua glória, o penitente deveria dizer: ‘Somente se Tu fortaleces e confirmas minha resolução’; e daí por diante ele deve, por assim dizer, colocar-se a cada minuto na mão de Deus, com a oração: ‘Que Tu executes dentro de mim o que é agradável à Tua vontade’. Desta maneira, tanto na vontade como na consciência e de fato, é Deus que estará agindo em nós, tanto naquilo que desejamos quanto naquilo que fazemos, de acordo com sua boa vontade.

Mas tão logo um homem, por si mesmo, espere adquirir algo em virtude de seu próprio poder e autodomínio, então imediatamente a real vida espiritual, plena de graça, se extingue. Neste estado, a despeito de imensuráveis esforços, o verdadeiro fruto não pode vir a ser.



Dependence on the grace of God (p.134)



The first seed of the new life lies in the combination of free¬dom and grace; and growth and ripening come from the develop¬ment of the same elements. When making a vow to live according to the will of God, for His glory, the penitent should say, ‘Only do Thou strengthen and confirm my resolve’; and from then on he must, as it were, place himself every minute in the hand of God, with the prayer, ‘Do Thou Thyself perform within me what is pleasing to Thy will’. In this way, alike in consciousness and will and in actual fact, it is God who will be acting in us, both in what we desire and in what we do according to His good pleasure.

But as soon as man himself expects to achieve something in virtue of his own power and self-mastery, then immediately true spiritual life, full of grace, is extinguished. In this state, in spite of immeasurable efforts, true fruit cannot come into being.







Completa serenidade



Completa serenidade da mente é um dom de Deus; mas esta serenidade não é dada sem nossos próprios e intensos esforços. Você não adquirirá nada somente através dos seus próprios esforços; e ainda assim Deus não lhe dará coisa alguma, a menos que trabalhe com toda a sua força. Esta é uma lei inviolável.



Complete serenity (p.134)



Complete serenity of mind is a gift of God; but this serenity is not given without our own intense effort. You will achieve nothing by your own efforts alone; yet God will not give you anything, unless you work with all your strength. This is an unbreakable law.







Capa - Livro de Jalalludin Rumi



A união da liberdade com a graça



S. Macário diz (Primeiro Tratado sobre a Vigília do Coração, Cap. xii) que a graça que chega ao homem ‘não se vincula à sua vontade por força de necessidade, nem a torna inalterável quer queira quer não. Ao contrário, o poder de Deus que existe no homem cede o lugar diante do seu livre arbítrio, para revelar se a vontade do homem está de acordo com a graça ou não. ’ A partir deste momento a união da liberdade com a graça começa. De início, a graça fica de fora, e age de fora. Então, ela entra e começa a tomar posse de partes do espírito: mas, somente assim o faz quando o homem por sua própria vontade abre a porta para ela, ou abre sua boca para recebê-la. A graça está sempre pronta para ajudar, se um homem deseja. Por si mesmo um homem não pode fazer ou estabelecer dentro de si mesmo aquilo que é bom, mas ele pode ansiar e lutar por isto. Por causa deste anseio, a graça consolida dentro dele o bem pelo qual ele aspira. E assim se segue, até que o homem adquira uma completa maestria sobre si, e assim seja capaz de cumprir o que é bom e agradável a Deus.



The union of freedom with grace (p.134)



St. Makarios of Egypt says (First Treatise on Guarding of the Heart, Chap, xii) that the grace which comes to man ‘does not bind his will by force of necessity, nor does it make him un¬changeably good willy-nilly. On the contrary, the power of God which exists in the man gives way before his free will, in order to reveal whether the man's will is in accordance with grace or not.’ From this moment the union of freedom with grace begins. At first grace stands outside, and acts from the outside. Then it enters within and begins to take possession of parts of the spirit: but it only does this when man by his own desire opens the door for it, or opens his mouth to receive it. Grace is ready to help, if man desires. By himself man cannot do or establish within himself that which is good, but he longs and strives for it. Because of this longing, grace consolidates within him the good for which he yearns. And so it goes on, until man acquires final mastery over himself, and thus is able to fulfil that which is good and pleasing to God.







Maomé curvando-se no Céu Azul Dourado – Turquia – Séc. XV



Esforços humanos e a oração dada pela graça



Em resposta à pergunta dele, às vezes a oração dada pela graça é concedida a um homem junto com um parcial repouso e felicidade no Espírito; muito embora em seu próprio lapso de oração ele se força a orar apenas com este fim em vista, sem adquirir submissão, humildade, e amor, ou sem cumprir os outros mandamentos do Senhor. Entretanto, no caráter, ele permanecerá como era antes. Porque não tem submissão, já que não fez nenhum esforço para ganhar esta virtude e não preparou-se para recebê-la. Ele não tem humildade, porque não pediu por ela nem se esforçou por ser modesto. Ele não tem amor pela espécie humana, pois não fez disto sua preocupação nem orou vigorosamente para que lhe fosse concedido este amor. Pois todo homem que se compele e se força a orar, mesmo contra o próprio desejo do coração, tem também de compelir-se a amar, ser modesto, submisso, inocente, e generoso. Assim ele também obriga-se a rebaixar-se, considerando-se como o mais pobre e inferior de todos os homens; ele deve abster-se de conversas inúteis, sempre estudando as palavras do Senhor, mantendo-as em seus lábios e em seu coração. Ele deveria compelir-se a evitar a irritação e o discurso irado, como está escrito: “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia.” (Ef. iv. 31).

Em resposta a tudo isto o Senhor, que então vê o propósito e o anseio do homem, lhe dará o poder de obter sem fadiga ou coerção todas as coisas que anteriormente lhe pareciam difíceis de conservar, mesmo com forte coação, por causa do pecado que estava nele. E todas estas práticas virtuosas se tornarão uma segunda natureza dentro dele, pois afinal o Senhor vem ao homem e habita nele, e ele no Senhor; e o Próprio Senhor trabalha Seus mandamentos dentro dele sem esforços, enchendo-o com o fruto do Espírito.



Human endeavours and grace-given prayer (p.135)



In response to his asking, a man is sometimes granted grace-given prayer, together with a partial repose and joy in the Spirit, even though in his own lack of prayer he has forced himself to pray with this end only in view, and without acquiring meekness, humility, and love, or fulfilling the other commandments of the Lord. But in character he will remain as he was before. For he has not meekness, since he has made no effort to gain this virtue and has not prepared himself to receive it. He has no humility, because he has not asked for it nor forced himself to be humble. He has no love for mankind, for he has not made this his con¬cern nor has he strenuously prayed to be granted this love. For each man who compels and forces himself to pray, even against his own heart's desire, has also to compel himself to love, to be humble, meek, innocent, and generous. So also must he force himself to self-belittlement, regarding himself as poor and the lowest of all men; he must refrain from idle talk, always studying the words of the Lord and keeping them on his lips and in his heart. He should also force himself to avoid irritation and angry speech, as it is written: “Let all bitterness, and wrath, and anger, and clamour, and evil speaking, be put away from you, with all malice" (Ephes. iv. 31).

In response to all this the Lord, who thus sees the man's eagerness and purpose, will give him the power to achieve without toil or coercion all the things which previously he found difficulty in preserving, even with strong coercion, because of the sin dwelling in him. And all these virtuous practices will become second nature within him, for at last the Lord comes to the man and dwells in him, and he in the Lord; and the Lord Himself effortlessly works His own commandments within him, filling him with the fruit of the Spirit.







Capa do Livro “A Nuvem do Não-Saber”

(Vozes, 2008)



Pobre, nu, cego, e sem valor



Não há nenhuma necessidade de ter medo da ilusão. Ela assalta aqueles que se tornam vãos, aqueles que começam a achar que só porque algum calor lhes chegou ao coração já estão no cume da perfeição. De fato, este calor é somente o começo e pode não se provar estável. Porque este calor e paz no coração podem ser apenas algo natural – o fruto de uma concentrada atenção. Temos que trabalhar e trabalhar, esperar e esperar, até que o natural seja substituído pela graça que nos é dada. É melhor nunca pensar que qualquer coisa tenha sido obtida por você mesmo, mas sempre ver-se como pobre, nu, cego, e sem valor.



Poor, naked, blind, and worthless (p.136)



There is no need to be afraid of illusion. It overtakes those who become vain, who begin to think that as soon as warmth has come into the heart they are already at the summit of perfection. In fact this warmth is only the beginning and may not prove stable. For this warmth and peace in the heart may just be something natural—the fruit of concentrated attention. We have to labour and labour, to wait and wait, until the natural is replaced by the grace-given. It is best never to think of yourself as having attained anything, but always to see yourself as poor, naked, blind, and worthless.



Fraternos trabalhadores com Deus



O Senhor vê sua necessidade e seus esforços, e lhe dará uma mão auxiliadora. Ele lhe sustentará e lhe estabelecerá como um soldado, plenamente armado e pronto para ir à batalha. Nenhum apoio pode ser melhor que o Dele. O maior perigo está na alma achar que pode encontrar esta ajuda em si mesma; então ela perderá tudo. O mal a dominará de novo, eclipsando a luz que já se agita na alma ainda que fracamente, e extinguirá a pequena chama que ainda queima de modo insuficiente. A alma deveria perceber quão impotente ela é por si mesma; e assim, não esperar nada de si, e deixar-se cair em humildade diante de Deus, e em seu próprio coração reconhecer-se como sendo nada. Então a graça – que é todo-poderosa – irá, a partir deste nada, criar tudo nela. Aquele que em total humildade se coloca na mão do Deus misericordioso, atrai o Senhor para si, e torna-se forte em Sua força.

Embora esperando tudo de Deus e nada de nós mesmos, devemos, no entanto, forçar-nos a ação, empregar toda nossa força de modo a criar algo ao qual a ajuda divina possa vir, e que o poder divino possa circundar. A graça já está presente dentro de nós, mas ela somente agirá depois que o próprio homem agir, preenchendo sua impotência com seu próprio poder. Estabeleça-se, portanto, firmemente no humilde sacrifício de sua vontade a Deus, e então tome uma ação sem qualquer indecisão ou frouxidão do coração.



Fellow-workers with God (p.136)



The Lord sees your need and your efforts, and will give you a helping hand. He will support and establish you as a soldier, fully armed and ready to go into battle. No support can be better than His. The greatest danger lies in the soul thinking that it can find this help within itself; then it will lose everything. Evil will dominate it again, eclipsing the light that as yet flickers but weakly in the soul, and it will extinguish the small flame which is still scarcely burning. The soul should realize how powerless it is alone; therefore, expecting nothing of itself, let it fall down in humility before God, and in its own heart recognize itself to be nothing. Then grace—which is all-powerful—will, out of this nothing, create in it everything. He who in total humility puts himself in the hand of the merciful God, attracts the Lord to himself, and becomes strong in His strength.

Although expecting everything from God and nothing from ourselves, we must nevertheless force ourselves to action, exerting all our strength, so as to create something to which the divine help may come, and which the divine power may encom¬pass. Grace is already present within us, but it will only act after man has himself acted, filling his powerlessness with its own power. Establish yourself, therefore, firmly in the humble sacrifice of your will to God, and then take action without any irresolution or half-heartedness.





Cristo entre os Doutores do Templo – Jusepe de Ribera – Séc. XVII



O espírito da graça e o espírito de um Fariseu



Quando você realizar algum esforço especial, não concentre sua atenção e seu coração nele, mas olhe para ele como algo secundário, e através de uma total entrega a Deus abra a si mesmo para a graça de Deus, como um vaso disposto e pronto para recebê-la.

Quem quer que encontre a graça encontra-a por meio da fé e do zelo, diz São Gregório do Sinai, e não apenas através do zelo. Por mais meticuloso que seja nosso trabalho, tanto quanto nos omitimos de entregar-nos a Deus enquanto o executamos, falhamos em atrair a graça de Deus, e nossos esforços edificam dentro de nós não tanto um verdadeiro espírito da graça, mas o espírito de um Fariseu. A graça é a alma do esforço. Nossos esforços serão corretamente orientados tanto quanto preservamos a humilhação de si, a contrição, o medo de Deus, devoção a Ele, e a percepção de nossa dependência da ajuda divina. Se estamos vaidosos e satisfeitos com nossos esforços, é um sinal que eles não estão sendo executados no modo correto, ou que nos falta sabedoria.



The spirit of grace and the spirit of a Pharisee (p.137)



When you undertake some special endeavour, do not concen¬trate your attention and heart on it, but look upon it as something secondary; and by entire surrender to God open yourself up to God's grace, like a vessel laid out ready to receive it. Whoever finds grace finds it by means of faith and zeal, says St. Gregory of Sinai, and not by zeal alone. However painstaking our work, so long as we omit to surrender ourselves to God while performing it, we fail to attract God's grace, and our efforts build up with¬in us not so much a true spirit of grace but the spirit of a Pharisee. Grace is the soul of the struggle. Our efforts will be rightly directed so long as we preserve self-abasement, contrition, fear of God, devotion to Him, and the realisation of our dependence on divine help. If we are self-satisfied and contented with our efforts, it is a sign that they are not performed in the right way, or that we lack wisdom.



A Verdadeira vida Cristã é a vida da graça



A vida é a força para agir. Vida espiritual é a força para agir espiritualmente, de acordo com a vontade de Deus. O homem perdeu esta força; deste modo, até que ela lhe seja restaurada, ele não pode viver espiritualmente, não importando o quanto ele assim pretenda. Esta é a razão pela qual o fluxo da graça na alma de um crente é essencial para a verdadeira vida Cristã. A verdadeira vida Cristã é a vida da graça. Um homem toma algumas resoluções religiosas: mas para ser capaz de agir de acordo com elas, é necessário que a graça esteja unida com seu espírito. Quando esta união está presente, a força moral, até aqui evidente só em seu primeiro e temporário entusiasmo, é impressa em seu espírito e permanece sempre lá. Este restabelecimento da força moral do espírito é efetuado pela ação que regenera o batismo, pelo qual ao homem são concedidas a razão e a força para agir “diante de Deus com retidão e verdadeira santidade.” (Ef. iv. 24).



True Christian life is the life of grace (p.137)



Life is the strength to act. Spiritual life is the strength to act spiritually, according to the will of God. Man has lost this strength; therefore until it is restored to him, he cannot live spiritually, no matter how much he intends to. That is why the flow of grace into the soul of a believer is essential for a true Christian life. True Christian life is the life of grace. A man makes some religious resolution: but in order to be able to act according to it, it is necessary that grace be united with his spirit. When this union is present, moral strength, hitherto evident only tem¬porarily in his first enthusiasm, is impressed on his spirit and remains there always. This re-establishment of the moral strength of the spirit is effected by the regenerating action of baptism, through which man is granted justification and the strength to act 'after God in righteousness and true holiness' (Eph. iv. 24).







Moisés e a Sarça Ardente (Mosaico) – Basílica de Santo Apolinário Novo

Ravenna – Itália – Séc. VI



Verdades que o dedo de Deus inscreve.



Você escreve que às vezes, durante a prece, uma solução para algum problema, que o deixa perplexo em sua vida espiritual, vem por si mesmo de uma fonte desconhecida. Isto é bom. É a verdadeira maneira Cristã com que é ensinada a verdade de Deus. Aqui a promessa é cumprida: “E serão todos ensinados por Deus.” (João Cap. vi. 45). Assim de fato é. As verdades são inscritas no coração pelo dedo de Deus, e ali permanecem firmes e indeléveis. Não negligencie estas verdades que Deus inscreve, mas as registre.



Truths which the finger of God inscribes (p.137)



You write that at times, during prayer, a solution to some problem that perplexes you in your spiritual life comes of itself from an unknown source. This is good. It is the true Christian way of being taught God's truth. Here the promise is fulfilled, ‘And they shall be taught of God’ (John vi. 45). So indeed it is. Truths are inscribed in the heart by the finger of God, and remain there firm and indelible. Do not neglect these truths which God inscribes, but write them down.



Purificando a fonte



Para que o homem seja purificado e curado, a graça divina começa, antes de tudo, a entregar a fonte e a nascente original de todas as atividades humanas a Deus. Em outras palavras, a graça virá à consciência do homem e o seu livre arbítrio em direção a Ele, de modo que, usando isto como um ponto inicial, possa no seu apropriado curso efetuar a cura de todos os poderes do homem através de suas próprias atividades: a fonte foi curada e santificada, e assim todas as faculdades dependentes daquela fonte são gradualmente purificadas desde esta mesma nascente.



Purifying the source



In order to purify and heal man, divine grace begins first of all by entrusting the source and fountain-head of all human activities to God. In other words, grace turns man's consciousness and power of free will towards Him, so that, using this as its starting point, it may in due course effect healing of all man's powers by means of their own activity: the source has been healed and sanctified, and so all the faculties dependent on that source are gradually purified from this same fountain-head.









Buda Purificado Meditando



Progresso na vida da graça



Aqui está um relato das práticas que ajudam a fortalecer, em bondade, os poderes da alma e do corpo do homem; e que habilitam a vida da graça, dentro do espírito, em arder mais e mais brilhantemente. De acordo com o zelo e os esforços do homem que se entregou a Deus, a graça entrará e penetrará nele com seu poder, cada vez mais, santificando-o e fazendo dele um dos seus. Mas não se pode, nem se deve parar neste estágio. Isto ainda é apenas uma semente, um ponto de partida. É necessário que esta luz de vida siga adiante, e que permeando toda a substância da alma e do corpo, deste modo, santifique-os, reivindicando-os para si mesma; arrancando a estranha e antinatural passionalidade que agora nos domina; ela deve erguer a alma e o corpo ao seu estado puro e natural. A luz não deveria permanecer encerrada em si mesma mas deveria espalhar-se sobre todo o nosso ser com todos os seus poderes.

Porém, desde que estes poderes estão infectados com o que é antinatural, o puro espírito da graça, chegando ao coração, é incapaz de entrar direta e imediatamente neles, sendo bloqueado pelas suas impurezas.

Portanto, devemos estabelecer algum canal entre o espírito da graça que vive dentro de nós e nossos próprios poderes, de modo que o espírito possa fluir sobre eles e curá-los, assim como medicamentos curam os lugares feridos sobre os quais são aplicados.

É evidente que, para efetivamente agir como um canal, todos estes meios devem carregar, por um lado, o caráter e as qualidades de uma origem divina e celestial, e, por outro, ser perfeitamente adaptado aos nossos poderes em seus naturais propósitos e disposições. De outro modo eles não agirão como um efetivo canal da graça, nem nossos poderes serão capazes de atrair a cura deles. Tais, portanto, devem ser, necessariamente, a origem e as qualidades internas destes meios de cura. Em relação às suas formas exteriores, eles não podem ser nada mais que atividades, exercícios, trabalho; pois eles são aplicados a poderes e faculdades humanas cuja qualidade distintiva é a ação.

Estas, então, são as atividades e exercícios que se constituem como meios de cura dos nossos poderes e trazem de volta a pureza e a plenitude que eles perderam: jejum, trabalho, vigília, solidão, afastamento do mundo, controle dos sentidos, leitura das escrituras e dos Santos Padres, idas a igreja, frequente confissão e comunhão.



Progress in the life of grace (p.138)



Here is some account of the practices which help to strengthen the powers of man's soul and body in goodness, and which enable the life of grace within the spirit to burn more and more brightly. According to the zeal and efforts of the man who gives himself to God, grace will enter and penetrate him increasingly with its power, sanctifying him and making him its own. But one cannot and should not stop at this stage. This is still only a seed, a starting point. It is necessary that this light of life should go further, and permeating the entire substance of the soul and body should in this way sanctify them, claiming them for itself; uprooting the alien and unnatural passionateness which now dominates us, it should raise the soul and body to their pure and natural state. The light should not remain enclosed within itself but should spread over our whole being with all its powers.

But since these powers are all infected with what is unnatural, the pure spirit of grace, coming into the heart, is unable to enter directly and immediately into them, being barred out by their impurity.

Therefore we must establish some channel between the spirit of grace living within us and our own powers, so that the spirit may flow into them and heal them, just as dressings heal the sore places to which they are applied.

It is evident that, to act effectively as a channel, all these means must on the one hand bear the character and qualities of a divine and heavenly origin, and on the other be perfectly adapted to our own powers in their natural arrangement and purpose. Otherwise they will not act as an effective channel of grace, nor will our powers be enabled to draw healing from them. Such, then, must necessarily be the origin and inner qualities of these means of healing. As to their outward form, they cannot be anything other than activities, exercises, labour; for they are applied to human powers and faculties whose distinctive quality is action.

These, then, are the activities and exercises which are the means of healing our powers and bringing them back to their lost purity and wholeness: fasting, labour, vigil, solitude, withdrawal from the world, control of the senses, reading of the scriptures and the Holy Fathers, attendance at church, frequent confession and communion.







O Princípio do Espanto – Espetáculo de Teatro de Bonecos

Criação e Atuação – João Araujo – Morpheus Teatro



Os dois movimentos do livre arbítrio



Quando somos estimulados pela graça é impossível não estar consciente do fato, mas é possível não prestar a devida atenção a ele; e assim, depois de viver por um tempo neste estado desperto, descemos novamente ao comum ciclo de atividades da alma e do corpo. O estímulo não leva a termo o ato da conversão do pecador, mas apenas o inicia, sendo que ali ainda permanece trabalho sobre si; e este trabalho é muito complicado. No entanto, tudo que se refere a este trabalho deve ser efetuado em dois movimentos do livre arbítrio – o movimento de sair do mundo externo para seu ser interno e o subsequente movimento do ser para Deus. No primeiro movimento, o homem retoma o poder sobre ele próprio o qual havia perdido, e no segundo ele entrega-se como uma oferenda a Deus – o livre arbítrio de oferecer-se em holocausto. No primeiro ele decide abandonar o pecado, e no segundo, aproximando-se de Deus, ele jura pertencer apenas a Ele todos os dias da sua vida.



The two movements of free will (p.140)



When we are quickened by grace, it is impossible not to be conscious of the fact, but it is possible not to pay due attention to it; and so, after living in this quickened state for a while, we descend again into the usual round of activities of the soul and body. The quickening does not complete the act of the sinner's conversion, but only begins it, and there still remains work on oneself; and this work is very complicated. But all that relates to this work may be accomplished in two movements of free will—the turning from the outside world to one's inner self, and the subsequent turning from self towards God. In the first move¬ment, man regains the power over himself which he had lost, and in the second he brings himself as an offering to God—the free will offering of burnt sacrifice. In the first he decides to abandon sin, and in the second, drawing near to God, he vows to belong to Him alone all the days of his life.







O Princípio do Espanto – Espetáculo de Teatro de Bonecos

Criação e Atuação – João Araujo – Morpheus Teatro





A graça de Deus fende um homem em dois



A graça de Deus chegando inicialmente ao primeiro despertar do homem, e em seguida visitando-o durante o inteiro período de sua conversão, fende-o em dois. Faz com que ele se cientifique de uma dualidade dentro dele próprio, e o habilita a distinguir entre aquilo que é antinatural daquilo que deveria ser natural; e assim isto faz com que ele se decida por peneirar ou separar-se de tudo aquilo que é antinatural, de modo que sua natureza divina seja inteiramente posta à luz. Mas, obviamente, tal decisão é apenas o começo do empreendimento. Neste estágio é apenas com sua vontade e intenção que ele deixou o reino da estranha antinaturalidade, rejeitando-a, e almejando à naturalidade que ele espera e deseja. Mas, de fato, toda a sua estrutura permanece como antes – isto é, saturada com pecado; e as paixões dominam sua alma em todas as suas faculdades e dominam seu corpo em todas as suas funções, do mesmo modo como faziam antes – com apenas esta diferença: de que antigamente ele escolhia e abraçava tudo isto com desejo e prazer, mas agora isto nem é desejado nem é escolhido, mas é odiado, calcado, rejeitado. Neste estado um homem emergiu de si próprio como de um cadáver putrefato: ele vê como o fumo das paixões fluem de diferentes partes de si mesmo contra sua vontade, e algumas vezes ele experimenta o fedor que sai de si tão fortemente que sufoca sua mente. Assim, a real vida da graça num homem é em seu início somente uma semente, uma centelha constantemente abafada pelas cinzas. É ainda somente uma pálida chama cintilando numa densa neblina. O homem através de sua consciência e vontade ligou-se a Deus, e Deus o aceitou, uniu-se com ele nesta ciência de si e neste ponto de livre escolha dentro de sua mente – que é denominado como espírito, por Santo Antônio do Egito e São Macário, o Grande. E isto é apenas uma de suas partes que é saudável, agradável a Deus, e foi salva. Todas as outras partes ainda são mantidas prisioneiras e não querem e não podem ser obedientes às exigências da nova vida: a mente como um todo ainda não sabe como pensar na nova forma mas pensa como antes; a vontade ainda não sabe como desejar do novo modo, mas deseja como antes; o coração não sabe como sentir na nova maneira, mas sente como antes. Ocorre o mesmo com o corpo e com todas as suas funções. Consequentemente o homem ainda está inteiramente impuro exceto em um ponto que é este poder de livre escolha consciente dentro de sua mente – o que denominamos espírito. Deus, sendo inteiramente puro, entra em união somente com esta única parte; porém todas as outras partes, estando impuras, permanecem fora Dele e estranhas a Ele. Ele está pronto para preencher todo o homem, mas assim não o faz porque o homem está impuro. Entretanto, tão logo ele se purifica, Deus dá a conhecer nele sua plena morada.



The grace of God cleaves a man in two (p. 140)



God's grace, coming first at a man's initial awakening, and afterwards visiting him during the whole period of his conversion, cleaves him in two. It makes him aware of a duality within him¬self, and enables him to distinguish between what is unnatural and what should be natural; and thus it makes him resolve to sift or winnow all that is unnatural, so that his God-like nature should be brought fully to light. But obviously such a decision is only the beginning of the undertaking. At this stage it is only with his will and intention that he has left the domain of alien unnaturalness, rejecting it, and aiming at the naturalness which he expects and desires. But in fact his whole structure remains as before—that is, saturated with sin; and passions dominate his soul in all its faculties and his body in all its functions, just as they did before—with only this difference, that formerly he chose and embraced all this with desire and pleasure, but now it is not desired or chosen, but is hated, trampled on, rejected. In this state a man has emerged from himself as from a putrefying corpse: he sees how the reek of passion flows from different parts of himself against his will, and sometimes he experiences the stench given off by himself so strongly that it stifles his mind. Thus the true life of grace in man is in its beginning only a seed, a spark; but a seed sown amongst tares, a spark constantly smothered by ashes. It is still only a feeble candle glimmering in the densest fog. Man by his consciousness and will has attached himself to God, and God has accepted him, has united with him in this self-awareness and point of free choice, within his mind— what is termed the spirit, in St. Antony of Egypt and St. Makarios the Great. And this is the only part of him which is healthy, agreeable to God, and saved. All the other parts are still held prisoner and do not want and cannot be obedient to the demands of the new life: the mind as a whole does not yet know how to think in the new way but thinks as before; the will does not yet know how to desire in the new way, but desires as before; the heart does not know how to feel in the new way, but feels as before. It is the same in the body in all its functions. Conse¬quently man is as yet wholly impure except at one point which is the conscious power of free choice within his mind—what we termed the spirit. God, being wholly pure, enters into union only with this one part; but all the other parts, being impure, remain outside Him and estranged from Him. He is ready to fill the en¬tire man, but does not do so because man is impure. Afterwards, as soon as he is cleansed, God makes known His full dwelling in him.







O Princípio do Espanto – Espetáculo de Teatro de Bonecos

Criação e Atuação – João Araujo – Morpheus Teatro



As ações todo-abrangentes da graça



Antes do nascimento da vida interior – antes da palpável manifestação da ação da graça e da união com Deus – acontece frequentemente que um homem ainda aja por sua própria iniciativa, até o limite de suas forças. Mas quando ele está exausto pelo fracasso de seus esforços ele finalmente põe de lado a sua própria atividade, e entrega-se de todo coração às ações todo-abrangentes da graça. Então o Senhor o visita com Sua misericórdia, e acende nele o fogo da vida espiritual, e ele sabe por experiência que não foram seus próprios esforços que efetuaram esta grande transformação. Posteriormente, os mais ou menos frequentes afastamentos da graça o ensinam, por experiência, que a sustentação deste fogo de vida também não é dependente dos seus próprios esforços.

O frequente aparecimento de bons pensamentos e intenções, sua frequente infusão pelo espírito da prece – vindo não sabe de onde nem como – convence-o, similarmente por experiência, de que todo este bem só é possível a ele através da ação da graça divina, que está sempre presente nele, pela misericórdia do Senhor, que salva todos aqueles que lutam pela salvação. Ele se entrega ao Senhor, e só o Senhor age nele. A experiência mostra que ele só é inteiramente bem sucedido quando se confia plenamente a Deus. Assim ele nunca volta para trás, mas protege esta graça de todos os modos possíveis.

Teóricos ficam inteiramente absorvidos pela questão da relação entre a graça e o livre arbítrio. Para qualquer um que tem a graça em si, esta questão é resolvida pela experiência prática. Aquele que carrega a graça em seu coração, entrega-se inteiramente a ação da graça, e é a graça que age nele. Para ele esta verdade é mais evidente não apenas que qualquer verdade matemática, mas mais evidente que qualquer experiência de sua vida exterior, porque ele já parou de viver fora de si e está plenamente concentrado dentro. Ele tem agora apenas um cuidado, sempre ser fiel à graça presente dentro dele. A infidelidade ofende a graça, ou fazendo com que ela se retire ou reduzindo sua ação. O homem atesta sua fidelidade à graça ou ao Senhor, ao não permitir – sejam pensamentos, sentimentos, ações, ou palavras – qualquer coisa que ele sabe ser contraria à vontade do Senhor. Por outro lado, ele não deixa por fazer qualquer trabalho ou empreendimento desde que sabe que é a vontade de Deus que ele seja feito, julgando pelo correr das circunstâncias, e pelas indicações fornecidas pelos seus impulsos e anseios interiores. Algumas vezes isto requer muito trabalho, dolorosa auto-coerção, e resistência a si mesmo, mas ele fica feliz ao sacrificar tudo para o Senhor, porque depois de cada um destes sacrifícios ele recebe recompensas internas: paz, felicidade, e uma especial audácia na oração.

Estes atos de fiel devoção a graça, combinado com a oração (que neste estágio já é contínua) fazem com que o dom da graça aumente em fervor e calor. Quando um fogo é acendido o movimento do ar é necessário para manter a chama acesa e para fortalecê-la: de um modo exatamente igual, quando o fogo da graça é acendido no coração, a oração é necessária, pois ela age como uma corrente de ar espiritual no coração. O que é esta oração? É o incessante voltar-se da mente para o Senhor no coração, é a contínua permanência diante do Senhor com a mente no coração, acompanhado ou não por súplicas a Ele, mas apenas com sentimentos de devoção e contrita rendição a Ele no coração. Nesta atividade, ou melhor, neste estado mental reside a principal maneira de sustentar o calor interior e a plenitude da ordem interior, de dispersar pensamentos vãos e maus, e de confirmar bons pensamentos e empreendimentos. Os bons pensamentos e intenções chegam; o homem vai fundo na oração e ao perceber se estes tornam-se mais fortes ou desaparecem durante a oração, ele sabe se estes pensamentos e iniciativas são agradáveis a Deus ou não. Quando chegam maus pensamentos, ou algo começa a perturbar a alma, ele novamente vai fundo na oração sem prestar atenção àquilo que está acontecendo dentro, e os pensamentos perturbadores se esvanecem. Deste modo, a oração interna é estabelecida nele como a principal força diretiva e governadora de sua vida espiritual. Não se admire assim, que todas as instruções dos escritos dos Padres estejam direcionadas proeminentemente a nos ensinar como orar interiormente ao Senhor no modo correto.



The all-embracing action of grace (p.141)



Before the birth of inner life—before the palpable manifesta¬tion of the action of grace and union with God—it frequently happens that a man still acts on his own initiative, up to the limit of his powers. But when he is exhausted by the failure of his efforts he at last casts aside his own activity, and whole-heartedly gives himself up to the all-embracing action of grace. Then the Lord visits him with His mercy, and kindles the fire of inner spiritual life in him, and he knows from experience that it is not his own former efforts which have effected this great trans¬formation. Afterwards, the more or less frequent withdrawals of divine grace teach him by experience that the sustaining of this fire of life is likewise not dependent on his own efforts.

The frequent appearance of good thoughts and intentions, his frequent infusion by the spirit of prayer—coming he knows not whence or how—similarly convince him by experience that all this good is possible for him only through the action of divine grace, which is always present in him, by the mercy of the Lord, who saves all who are striving for salvation. He gives himself to the Lord, and the Lord alone acts in him. Experience shows that he only succeeds in everything when he entrusts himself wholly to God. So he never turns back, but guards this grace in every way possible.

Theorists are greatly occupied by the question of the relation¬ship between grace and free will. For anyone who has grace within him, this question is resolved by practical experience. He who bears grace in his heart, surrenders himself wholly to the action of grace, and it is grace that acts in him. For him this truth is more evident, not only than any mathematical truth, but even than any experience of his exterior life, because he has already ceased to live outside himself and is wholly concentrated within. He has now only one care, always to be faithful to the grace present within him. Unfaithfulness offends grace, causing it either to retreat, or to reduce its action. Man testifies his faith¬fulness to grace or to the Lord, by not permitting—either in thoughts, feelings, actions, or words—anything which he knows to be contrary to the will of the Lord. Conversely, he does not leave undone any work or undertaking, as soon as he knows that it is God's will that it should be done, judging from the run of circumstances, and from the indications provided by his inner longings and impulses. This sometimes requires much work, painful self-coercion, and resistance to self, but he is glad to sacrifice everything to the Lord, because after every such sacrifice, he receives inner rewards: peace, joy, and a special boldness in prayer.

These acts of faithful devotion to grace, combined with prayer (which at this stage is already continual) cause the gift of grace to increase in fervour and warmth. When a fire is kindled, move¬ment of air is necessary to keep the flame alight and to strengthen it: in exactly the same way, when the fire of grace is kindled in the heart, prayer is necessary, for it acts as a kind of current of spiritual air in the heart. What is this prayer? It is the mind's ceaseless turning to the Lord in the heart, it is the continual standing before God with the mind in the heart, accompanied or not by appeals to Him, but with feelings only of devotion and contrite surrender to Him in the heart. In this activity, or rather in this frame of mind, lies the principal means of sustaining inner warmth and the whole of the inner order, of dispersing evil or empty thoughts, and of confirming good thoughts and under¬takings. Good thoughts and intentions come; man goes deeper into prayer, and according to whether they become stronger during prayer or disappear, he knows whether these thoughts and enterprises are pleasing to God or not. When evil thoughts come, or something begins to trouble the soul, he again goes deeper into prayer without paying attention to what is happening within, and the troublous thoughts vanish. In this way, inner prayer is established in him as the principal driving force and ruler of his spiritual life. No wonder then, that all instructions in the writings of the Fathers are directed preeminently towards teaching us how to pray inwardly to the Lord in the right way.







Dois estágios da prece. Martírio interno



Para começar, durante o primeiro estágio no caminho da prece, nós somos deixados orando somente através de nossos próprios esforços. Sem dúvida, a graça de Deus ajuda qualquer um que ora com sinceridade, mas ela não revela sua presença. Durante este período, paixões escondidas no coração entram em jogo, e conduzem o homem que ora a um martírio no qual as derrotas e vitórias alternam-se incessantemente, e o livre arbítrio e a fraqueza do homem são claramente expostas.

Durante o segundo período, a graça de Deus faz sua presença e ação sentirem-se de modo tangível, unindo a mente com o coração, e tornando possível a oração sem sonhos ou distrações, mas com um coração que lacrimeja e tem calor. Neste ponto, pensamentos pecaminosos perdem seu poder de dominar a mente.

O primeiro estado na vida da prece pode ser comparado às árvores nuas durante o inverno; o segundo, às mesmas árvores cobertas com folhas e florescimentos trazidos pelo calor da primavera. Em ambos os estados o arrependimento deve ser a alma e a meta da prece. Como um prêmio pelo arrependimento que um homem oferece, enquanto ainda está procedendo através dos seus próprios esforços, Deus concede, na Sua própria boa hora, um arrependimento que vem cheio de graça; e o Espírito Sagrado, tendo entrado no homem, ‘faz intercessões’ por ele ‘com suspiros que não podem ser pronunciados... Ele intercede pelos Santos segundo a vontade de Deus’, que apenas Ele conhece (Rom. 8. 26-27)

É, portanto, muito claro que a busca dos iniciantes é pelo lugar do coração; isto é, suas inoportunas e prematuras tentativas para acender a ação manifesta da graça, são os maiores erros que comete, pervertendo a devida ordem e o sistema da ciência da prece. Tal procedimento é orgulho e tolice. Do mesmo modo não é correto para um iniciante usar as práticas recomendadas pelos Santos Padres para os monges avançados e os hesicastas.



Two stages of prayer. Inward martyrdom (p. 143)



To begin with, during the first stage on the path of prayer, we are left to pray solely by our own efforts. Without doubt, the grace of God helps anyone who prays in sincerity, but it does not reveal its presence. During this period, passions hidden in the heart come into play, and lead the man,who prays to a martyr¬dom in which defeats and victories alternate ceaselessly, and man's free will and weakness are clearly exposed.

During the second period, the grace of God makes its presence and action felt tangibly, uniting the mind with the heart, and making it possible to pray without dreaming or distraction, but with a heart that weeps and has warmth. At this point sinful thoughts lose their power to overcome the mind.

The first state in the life of prayer can be likened to the bare trees during winter; the second, to the same trees covered with leaves and blossoms brought out by the spring warmth. In both states repentance must be the soul and aim of the prayer. As a reward for the repentance which a man offers while still pro¬ceeding by his own endeavours, God grants, in His own good time, a repentance that comes full of grace; and the Holy Spirit, having entered the man, 'maketh intercession" for him 'with groanings which cannot be uttered . . . He maketh intercession for the saints according to the will of God', which He alone knows (Rom. viii. 26-27).

It is thus quite clear that the beginner's search for the place of the heart, that is, his untimely and premature attempts to kindle the manifest action of grace, is a most mistaken under¬taking, perverting the due order and system of the science of prayer. Such an undertaking is one of pride and foolishness. In the same way it is not right for a beginner to use the practices recommended by the Holy Fathers for advanced monks and hesychasts.







A força vivificante da graça



Trabalhe, exercite-se, busque e você encontrará; bata e lhe será aberto. Não relaxe e não se desespere. Mas, ao mesmo tempo, lembre-se que estes esforços não são mais que tentativas da sua parte para atrair a graça; eles não são a própria graça, que ainda temos de ir buscar. A principal coisa que nos falta é a força vivificante da graça. É muito notável que quando raciocinamos, ou oramos, ou fazemos qualquer outra coisa desta natureza, é como se estivéssemos forçando em nosso coração algo externo, de fora para dentro. É isto o que acontece algumas vezes: nossos pensamentos ou preces causam uma impressão em nós, e seus efeitos descem ao coração a certa profundidade, dependendo da força dos esforços que fizemos; mas então, logo em seguida, esta impressão é novamente expulsa – como um graveto que é atirado verticalmente na água e é forçado a voltar para cima novamente – por causa de uma espécie de resistência no coração que é desobediente e desacostumada a tais coisas. Imediatamente em seguida a isto, a frieza e vulgaridade começam novamente a tomar conta da alma: um claro sinal que não era a ação da graça o que experimentávamos ali, mas somente os efeitos de nosso próprio trabalho e esforço. Portanto, não fique contente apenas com estes esforços; não descanse sobre eles como se fossem o que você tem que encontrar. Esta é uma ilusão perigosa. É igualmente perigoso pensar que nestes trabalhos há mérito, que a graça é obrigada a recompensar. De fato, não: estes esforços são apenas preparação para receber a graça, mas o dom em si depende inteiramente da vontade do Doador. Portanto, com cauteloso uso de todos os meios já mencionados, aquele que busca deve ainda caminhar na expectativa da visita divina, que não dá nenhum aviso de sua vinda, e chega de um lugar que ninguém conhece.

Somente quando este vivificante poder da graça chega é que o trabalho interno de transformação de nossa vida e caráter irá realmente começar. Sem ele, não podemos esperar pelo sucesso; haverão apenas tentativas mal sucedidas. O abençoado Agostinho testemunha isto, pois ele trabalhou sobre si mesmo dura e longamente, mas dominou a si próprio somente quando estava preenchido com a graça. Trabalhe com expectativa confiante. A graça virá e colocará tudo em ordem.



The quickening power of grace (p.144)



Work, exert yourself, seek and you shall find; knock, and it shall be opened unto you. Do not relax and do not despair. But at the same time remember that these efforts are no more than attempts on our part to attract grace; they are not grace itself, which we still have to go on seeking. The principal thing we lack is the quickening power of grace. It is very noticeable that when we reason, or pray, or do something else of this nature, it is as though we are forcing into our heart something foreign from outside. This is what sometimes happens: our thoughts or prayers make an impression on us, and their effects descend into the heart to a certain depth, depending on the strength of the efforts which we make; but then, after a while, this impression is cast out again—as a stick which is thrust vertically into water is forced up once more—because of a kind of resistance in the heart which is disobedient and unaccustomed to such things. Immedi¬ately following this, coolness and coarseness begin again to take hold of the soul: a sure sign that it was not the action of grace that we experienced there, but only the effects of our own work and effort. Therefore do not be content with these efforts alone; do not rest on them as if they were what you have to find. This is a dangerous illusion. It is equally dangerous to think that in these labours there is merit, which grace is bound to reward. Not at all: these efforts are only the preparation for receiving grace; but the gift itself depends entirely on the will of the Giver. Therefore, with careful use of all the means already mentioned, he who seeks must still walk in the expectation of divine visitation, which gives no warning of its coming, and arrives from whence no one knows.

Only when this quickening power of grace comes will the inner work of the transformation of our life and character really begin. Without it, we cannot expect success; there will only be un¬successful attempts. Blessed Augustine testifies to this, for he worked on himself long and hard, but mastered himself only when he was filled with grace. Work, with confident expectation. Grace will come and set everything in order.





A graça atrai todas as coisas para a unidade



Enquanto os esforços do espírito irrompem espasmodicamente, primeiro um e depois outro, ora deste lado e ora daquele, não há vida neles. Mas quando o poder superior da divina graça, que flui para o espírito, atrair todas estas vertentes de esforços para um único ponto e mantê-los na unidade, então, o fogo da vida espiritual chega.





Grace draws all things into unity (p. 145)



So long as the strivings of the spirit burst through spasmodically, first one and then the other, now on this side and now on that, there is no life in them. But when the higher power of divine grace, flowing into the spirit, draws all these strands of effort in one and holds them in unity, then comes the fire of spiritual life.

























Serpentes e nuvens negras (p.146)



Quando a graça não habita no homem, os demônios se enrolam como serpentes nas profundezas do coração, impedindo, completamente, que a alma deseje o bem; mas quando a graça entra na alma, então estes demônios são soprados e espalham-se como nuvens negras de uma parte do coração a outra, transformando-se em paixões ou distrações pecaminosas, a fim de eclipsar a lembrança de Deus e atrair a mente para longe da conversa com a graça.



Serpents and dark clouds (p. 146)



When grace does not dwell in man, demons curl like serpents in the depths of his heart, completely preventing the soul from desiring good; but when grace enters the soul, then these demons are blown about like dark clouds from one part of the heart to another, transforming themselves into sinful passions or dis¬tractions, in order to eclipse the remembrance of God and draw the mind away from discourse with grace.







IX - O Diabo – Tarô de Marselha – Philippe Camoín - 1997





As ilusões do demônio e a graça de Deus: como eles são distinguidos



Que ninguém, ouvindo inúmeras informações sobre a ação do Espírito dos lábios de um pecador, hesite na descrença e na inquietação do pensamento; e que a ação que ele ouve seja considerada como trabalho dos demônios e uma ilusão. Ele deve descartar qualquer um destes pensamentos blasfemadores. Não! Não! Não é assim a ação da ilusão, ou seus atributos? Diga-me: é possível para o demônio, o inimigo e assassino do homem, tornar-se seu médico? É possível para o demônio juntar, numa única, as partes e poderes do homem que foram cindidos pelo pecado, liberá-los da dominação do pecado, conduzi-los para longe do estado de contradição e guerra civil a um estado de sagrada paz no Senhor? É possível para o demônio livrar um homem dos profundos abismos de sua ignorância de Deus, e dar a ele o vivo conhecimento de Deus, baseado em experiência, que não mais necessita qualquer prova exterior? É possível para o demônio pregar e explicar em detalhes a respeito do Salvador – pregar e explicar como nós podemos nos aproximar Dele através do arrependimento? É possível para o demônio restaurar a imagem perdida do homem, pôr a distorcida semelhança em ordem? É possível para ele transmitir o sabor da pobreza espiritual e, junto com isso, o sabor da ressurreição, da renovação e união com Deus? É possível para o demônio erguer o homem à altura da comunhão com Deus, uma comunhão na qual o homem torna-se como nada, sem pensamentos, sem desejos, inteiramente imerso em um maravilhoso silêncio? Este silêncio é a absorção de todos os poderes de um ser humano: todos eles são atraídos em direção a Deus, como se desaparecessem diante de Sua infinita majestade.

A ilusão age de um modo, e Deus de outra – Deus o ilimitável Mestre do homem que foi e é, agora, seu Criador. Aquele que criou e re-cria, não permanece Ele, sempre, como o Criador? Por esta razão, amado irmão, ouça como a ação da ilusão difere da ação divina. A ilusão, quando se aproxima do homem em pensamento ou em sonho, em alguma idéia sutil, por alguma aparição que pode ser vista com os olhos físicos, ou ouvida de uma voz que vem do alto através de seus ouvidos físicos; nunca se aproxima como um mestre absoluto, mas vem como um sedutor que procura a aceitação do homem, e através de sua aceitação ganha poder sobre ele. A ação da ilusão, dentro ou fora do homem, é sempre uma ação que vem de fora; é lícito ao homem rejeitá-la. A ilusão sempre vem junta, de início, com certa dúvida no coração: somente aqueles a quem ela conquistou decisivamente a aceitam sem questionamento. A ilusão nunca une um homem que está dividido pelo pecado, ela não para a erupção do sangue, não conduz o asceta ao arrependimento, não o faz pequeno aos seus próprios olhos; ao contrário, ela põe fogo em sua imaginação, encoraja o fluxo do sangue, traz a ele certa insípida, venenosa satisfação, e corteja-o insidiosamente, inspirando-o com vaidade e estabelecendo em sua alma um ídolo – ‘Eu’.



The illusions of the devil and the grace of God: how they are distinguished (p.146)



Let no one, hearing great tidings about the action of the Spirit from the lips of a sinner, hesitate in unbelief and be troubled in thought, considering that the action he hears about is the work of devils and an illusion. He must cast aside any such blasphemous thought. No! No! Not such is the action of illusion, nor its attributes. Tell me: is it possible for the devil, the enemy and murderer of man, to become his physician ? Is it possible for the devil to unite in one the parts and powers of man which were severed by sin, to liberate them from the domination of sin, to lead them out from the state of contradiction and civil war into the state of holy peace in the Lord? Is it possible for the devil to deliver a man from the deep abyss of his ignorance of God, and to give him living knowledge of God, based on experience, which no longer needs any proofs from outside? Is it possible for the devil to preach and explain in detail about the Saviour— to preach and explain how we can draw near to Him through repentance? Is it possible for the devil to restore the lost image in man, to set the distorted likeness in order? Is it possible for him to impart the savour of spiritual poverty, and along with it, the savour of resurrection, of renewal and union with God? Is it possible for the devil to raise man to the height of communion with God, a communion in which man becomes as nothing, without thoughts, without desires, entirely immersed in won¬drous silence? This silence is the absorption of all the powers of a human being: they are all drawn towards God, and as it were dis¬appear before His endless majesty.

Illusion acts in one way, and God in another—God the illimitable Master of man, who was and is now their Creator. He who created and re-creates, does He not remain always the Creator? Therefore, beloved brother, listen how the action of illusion differs from divine action. Illusion, when it approaches man in thought or in dream, in some subtle idea, by some apparition which can be seen with the physical eyes, or by a voice from on high heard by the physical ears, never approaches as an absolute master, but comes as a charmer who seeks acceptance by man, and from his acceptance gains power over him. The action of illusion inside or outside man is always action from without; it is open to man to repel it. Illusion is always met at first by a certain doubt in the heart: only those whom it has conquered decisively accept it without question. Illusion never unites a man who is divided by sin, it does not stop the upsurge of blood, does not lead the ascetic to repentance, does not make him small in his own eyes; on the contrary it fires his imagination, encourages the rush of blood, brings him a certain tasteless, poisonous enjoyment, and flatters him insidiously, inspiring him with self-conceit and establishing in his soul an idol— ‘I’.





























A união da mente e do coração e a sua imersão em Deus.



A ação divina não é algo material: é invisível, inaudível, inesperada, inimaginável, e inexplicável por qualquer analogia tomada deste mundo. Seu advento e seu trabalho dentro de nós são um mistério. Primeiro ela mostra ao homem o seu pecado, ampliando-o aos seus olhos, e mantendo o horror ao pecado constantemente diante de sua visão.

Conduzindo sua alma à autocondenação, a ação divina mostra ao homem a nossa Queda – este terrível, obscuro e profundo abismo de destruição em que o homem caiu através do pecado de seu primeiro pai. Depois disso, pouco a pouco, a ação divina permite que o homem aumente sua atenção e sua contrição do coração na prece. Tendo preparado o vaso deste modo, ela toca as partes cindidas repentinamente, inesperadamente, de modo imaterial, e elas juntam-se em uma única. Quem tocou? Eu não posso explicar: não vejo nada, não escuto nada; mas eu reconheço e sinto uma repentina mudança em mim mesmo, devida a uma ação todo-poderosa. O Criador agiu agora na renovação, como Ele agiu certa vez na criação. Diga-me: poderia o corpo de Adão, formado de pó, ainda deitado diante do Criador sem estar animado pela alma, ter alguma concepção de vida ou alguma sensação dela? Quando o corpo foi repentinamente vitalizado pelo sopro de vida, poderia ele considerar se aceitaria ou rejeitaria a vida? O Adão criado sentiu-se repentinamente vivo, pensando, desejando. A re-criação é realizada com a mesma rapidez. O Criador era e é o Governador absoluto: Ele age autocraticamente, de um modo supranatural, muito além de qualquer pensamento ou concepção, com infinita sutileza. Ele age espiritualmente, e não materialmente.

Pelo toque da Sua mão no meu inteiro ser, minha mente, coração e corpo ficaram unidos, compondo um único e unificado todo. Eles tornaram-se imersos em Deus, e em Deus eles permanecem tanto quanto esta Mão invisível, incompreensível e todo-poderosa, sustenta-os lá.



The union of mind and heart and their immersion in God (p. 147)



Divine action is not something material: it is invisible, inaudible, unexpected, unimaginable, and inexplicable by any analogy taken from this world. Its advent and its working within us are a mystery. First it shows man his sin, magnifying it in his eyes, and keeping the horror of sin constantly before his sight.

Leading his soul to self-condemnation, divine action shows him our Fall - this terrible, dark, deep abyss of destruction into which man fell through the sin of our first father. Afterwards, little by little, divine action grants to man increased attention and contri¬tion of the heart in prayer. Having prepared the vessel in this manner, it touches the severed parts suddenly, unexpectedly, immaterially, and they become united in one. Who touched it? I cannot explain: I see nothing, I hear nothing; but I know and feel a sudden change in myself, due to an all-powerful action. The Creator has acted now in renewal, as He acted once in creation. Tell me: could Adam's body, formed of dust, still lying before the Creator and not yet animated by the soul, have any concep¬tion of life or any sensation of it? When it was suddenly quick¬ened by the breath of life, could it have considered whether to accept or reject it? The created Adam felt himself suddenly alive, thinking, desiring. Re-creation is accomplished with the same suddenness. The Creator was and is the absolute Ruler: He acts autocratically, in a supernatural manner, far above any thought or conception, with infinite subtlety. He acts spiritually, and not materially.

By the touch of His hand on my entire being, my mind, heart, and body were united, composing a single and unified whole. They became immersed in God, and in God they remain as long as the invisible, incomprehensible, all-powerful Hand holds them there.







Três tipos de desejo: mental, compassivo, ativo.



Aquele que buscou pelo auxílio da graça e agora sente sua presença deve estar firmemente decidido, não somente a corrigir a si mesmo, mas também a começar a fazê-lo de uma vez por todas. Este desejo de corrigir a si mesmo já o conduziu em todos os seus esforços anteriores, mas há ainda algo a ser adicionado à sua composição ou ao seu aperfeiçoamento. Pois existem vários tipos de desejo. Há o desejo mental: a mente exige algo e o homem faz o esforço; tal desejo dirige o trabalho preparatório. Há o desejo compassivo: este nasce sob a influência das afeições e sentimentos induzidos pela graça. Finalmente, há o desejo ativo: o consentimento da vontade para começar de uma vez com a tarefa de reerguer-se do estado decaído. Sustentado pela graça de Deus você deveria, agora, iniciar.



Three kinds of desire: mental, compassionate, active (p. 148)



He who has sought the help of grace and now feels its presence must be firmly resolved, not only to correct himself but also to begin to do this at once. This desire to correct himself has already directed him in all his previous efforts, but there is still something to be added to its composition or to its perfecting. For there are various kinds of desire. There is mental desire: the mind de¬mands something and the man makes the effort; such a desire directs the preparatory labour. There is compassionate desire: this is born under the influence of the affections and feelings induced by grace. Finally, there is active desire: consent of the will to begin at once in the task of rising from one's fallen state. Supported by God's grace, you should start now.

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