Vós, espírito na carne,
Esquecendo o que sois,
Unistes-vos com Maya
(o poder que une a mente e a matéria),
Porém apenas por uma estação.
Separando-vos finalmente dela,
Vós vos recuperastes.
Vós, imortal Brahman,
E vós, feito de barro
(Dois seres, porém um só) —
Como dois belos pássaros,
De plumagem dourada,
Inseparáveis companheiros,
Empoleirados nos altos galhos
Da mesma árvore —
Como homem provais
Os doces frutos da árvore,
Os frutos doces e os amargos:
Porém, como Brahman, senhor de Maya,
Permaneceis invisível,
Imóvel,
Calmamente observando.
Esquecendo sua unidade convosco,
Desnorteado pela sua fraqueza,
Cheio de dor está o homem;
Deixai-o, porém, olhar-vos de perto,
Conhecer-vos como a ele mesmo,
Ó Senhor, o mais venerado,
E contemplar a vossa glória
Vejam; toda a sua profunda dor
transforma-se em alegria.
Imutável sois vós,
Supremo, puro!
Em vós moram os deuses.
Vós sois a fonte de todas as escrituras:
Porém, que proveito terão as escrituras
Se forem suaves nos lábios,
Mas ausentes do coração?
Para aquele que vos conhece chega a plenitude -
Para ele somente!
Upanishads - Swetasvatara
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