domingo, 10 de abril de 2011






Vós, espírito na carne,

Esquecendo o que sois,

Unistes-vos com Maya
(o poder que une a mente e a matéria),
Porém apenas por uma estação.

Separando-vos finalmente dela,

Vós vos recuperastes.



Vós, imortal Brahman,

E vós, feito de barro

(Dois seres, porém um só) —

Como dois belos pássaros,

De plumagem dourada,

Inseparáveis companheiros,

Empoleirados nos altos galhos

Da mesma árvore —

Como homem provais

Os doces frutos da árvore,

Os frutos doces e os amargos:

Porém, como Brahman, senhor de Maya,

Permaneceis invisível,

Imóvel,

Calmamente observando.



Esquecendo sua unidade convosco,

Desnorteado pela sua fraqueza,

Cheio de dor está o homem;

Deixai-o, porém, olhar-vos de perto,

Conhecer-vos como a ele mesmo,

Ó Senhor, o mais venerado,

E contemplar a vossa glória

Vejam; toda a sua profunda dor

transforma-se em alegria.



Imutável sois vós,

Supremo, puro!

Em vós moram os deuses.

Vós sois a fonte de todas as escrituras:

Porém, que proveito terão as escrituras

Se forem suaves nos lábios,

Mas ausentes do coração?

Para aquele que vos conhece chega a plenitude -

Para ele somente!

Upanishads - Swetasvatara